Rossetto prevê criação de 2 milhões de empregos no campo até 2006

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Publicado quinta-feira, 7 de abril de 2005 as 20:58, por: CdB

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, calcula que os investimentos do governo Lula na reforma agrária vão gerar 2 milhões de postos de trabalho no campo até 2006. A afirmação foi feita após reunião com representantes da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf). “Nós temos homens e mulheres que querem trabalhar. Vamos aproveitar essa grande oportunidade de gerar trabalho e renda. Iremos colaborar, a partir do meio rural, com uma grande estratégia de desenvolvimento para o nosso país”, acrescentou.

Rossetto lembrou que além dos R$ 400 milhões já liberados seriam necessários R$ 500 milhões para concluir o assentamento de 115 mil famílias sem-terra. “Nós temos a garantia de que receberemos novos recursos para evitar interrupção dos trabalhos. Eles vão garantir o cumprimento das nossas metas de acordo com o cronograma”, assegurou.

O ministério, explicou, está revisando os índices mínimos de produtividade nos assentamentos, com base nos indicadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), porque os valores atuais de referência são de 1975. “O padrão de produção fez com que a elevação média dos indicadores de produtividade crescesse muito. Estamos adequando aos índices da agropecuária brasileira. Tinhamos um padrão extremamente defasado, que acabava premiando a ineficiência produtiva”, explica. O ministro acentua que os estudos sobre o valor dos índices devem ser concluídos nessa sexta-feira.

Os representantes de Fetraf afirmam que as atualizações são positivas e vão ampliar a produtividade. Porém, apesar de concordarem com a política de valorização da reforma agrária, os agricultores encaminharam propostas contendo pedidos de melhorias em três áreas: política agrícola, reforma agrária e direitos sociais – como benefícios previdenciários, apoio a pesquisa e assistência técnica.

Segundo o coordenador da Fetraf/Sul, Altemir Tortelli, o ministério irá criar três comissões – uma sobre cada tema – para analisar as propostas e propor soluções. “Prometeram tratar este tema com muito carinho”, sintetizou. Ele conta que a federação espera que o Plano de Safra contemple um repasse de R$ 12 bilhões para os pequenos produtores na safra 2005/2006.