Rosseto diz que contigenciamento prejudica meta de reforma agrária

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Publicado quarta-feira, 30 de março de 2005 as 17:20, por: CdB

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rosseto, afirmou que sua pasta está empenhada em cumprir as metas de reforma agrária, mas considera que o contingenciamento orçamentário reduz a capacidade de trabalho.

– Estamos trabalhando na perspectiva de cumprimento de todas as metas. É evidente que o contigenciamento reduz uma capacidade de trabalho em todas as nossas áreas – disse o ministro, após participar de audiência pública na Comissão de Agricultura do Senado.

O orçamento inicial do ministério era de R$ 3,7 bilhões e foi contigenciado em R$ 2 bilhões.

– Nós estamos trabalhando dedicados ao cumprimento de todos nossos compromissos. E obviamente, trabalhando para superar os limites orçamentários assegurados durante todo ano um ritmo muito forte de trabalho – afirmou.

A meta do ministério para esse ano é assentar 115 mil famílias. Em dois de governo já foram assentadas 117 mil famílias.

Questionado sobre a realização de manifestações de trabalhadores rurais em todo país durante o chamado Abril Vermelho, o ministro disse que o governo está atuando para responder os problemas fundiários do país.

– A expectativa é que manifestações caso existam sejam realizadas em um ambiente de normalidade e dentro da legalidade – afirmou.

Aproveitando a presença do ministro no Senado, o presidente da União Democrática Ruralista (UDR), Luiz Nabhan, entregou à comissão de Agricultura pedido para criação de uma comissão mista com parlamentares e representantes da sociedade civil para fiscalizar a aplicação de verbas públicas na reforma agrária. Para ele, o dinheiro não está sendo bem administrado e alguns assentamentos rurais parecem “favelas”.

A cada dois meses, a equipe econômica do governo faz uma revisão no Orçamento, quando podem ser executados novos cortes. Em fevereiro deste ano, quando o primeiro corte de 2005, o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, disse que o governo decidiu reduzir em R$ 10 bilhões o valor aprovado pelo Congresso Nacional para o Orçamento Geral da União com o objetivo de evitar despesas superiores à receita do governo.