Rocinha terá plano de urbanização

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Publicado quarta-feira, 1 de fevereiro de 2006 as 15:20, por: CdB

O plano de urbanização da Rocinha, cujo projeto foi escolhido por concurso esta semana pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, não terá apenas obras de saneamento e asfaltamento de ruas. Está prevista também a construção de unidade pré-hospitalar, vila olímpica e cineteatro, além de fábrica de lajes e creches. O projeto conta com R$ 2,8 milhões para dar a largada neste início de ano, mas, ao longo dos próximos 24 meses, serão investidos R$ 200 milhões para sua conclusão.

O escritório Mayerhoffer & Toledo venceu outros 11 concorrentes no concurso promovido nacionalmente pela secretaria e pelo IAB (Instituto dos Arquitetos do Brasil). Segundo o projeto vencedor, haverá necessidade de demolir algumas moradias para alargar ruas e construir praças, mas os moradores vão morar em prédios de quatro andares que serão construídos na comunidade.

Segundo o vice-governador e secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, Luiz Paulo Conde, o projeto vai revolucionar a Rocinha, mas, para que se torne realidade em dois anos, é necessário o apoio do governo federal e da iniciativa privada.

— Acreditamos que o Ministério das Cidades e a Caixa Econômica Federal ajudem a financiar o projeto que vai melhorar substancialmente a maior favela da América Latina –  disse Conde, acrescentando que espera fazer licitações ainda este ano para iniciar as obras com recursos da própria secretaria.

Serão feitas intervenções em 810 mil metros quadrados da Rocinha, onde vivem mais de 100 mil pessoas. O escritório vencedor já tem a solução para a eliminação das montanhas de lixo e das cachoeiras de esgoto que existem atualmente na favela. Da mesma forma, o grupo encontrou opções para criar um sistema viário eficiente numa comunidade onde vias importantes têm apenas 70 centímetros de largura.

Entre as intervenções propostas estão ruas nos limites da favela, onde também serão criados espaços como praças, campos de futebol e quadras esportivas, como uma forma de barreira natural para a expansão da comunidade. Ruas largas ligando outras mais estreitas já existentes serão abertas para melhorar a circulação na favela. As famílias em situação de risco serão deslocadas para edifícios que serão erguidos na encosta do morro e áreas verdes serão abertas nos aglomerados. A Rua do Valão terá o canal coberto para se transformar numa agradável via de pedestres.