Moradores da região estão preocupados com a mortandade de peixes, que está voltando a acontecer. Eles afirmam que a poluição é o maior problema do sistema lagunar da região.
Por Redação, com agências de notícias – do Rio de Janeiro
Parte do Canal de Marapendi, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro estava tomado de peixes mortos nesta sexta-feira.
Moradores da região estão preocupados com a mortandade de peixes, que está voltando a acontecer. Eles afirmam que a poluição é o maior problema do sistema lagunar da região.
De acordo com o biólogo Mário Moscatelli, a lagoa vive no seu limite, por causa da poluição e problemas de saneamento na região. Segundo ele, eventos como as fortes chuvas dos últimos dias e o calor excessivo podem ter contribuído para provocar essa mortandade de peixes.
– As sucessivas mortandade de peixes nas lagoas da Barra da Tijuca e Jacarepaguá ocorrem pela ausência de tratamento de esgotos sanitários que é antigo passivo ambiental em nossa cidade. A mudança da gestão da CEDAE entre 2021 e 2022, para uma concessionária privada, até o momento, não representou uma efetiva Responsabilidade Social e Ambiental. As tarifas bastante caras de um serviço essencial à saúde coletiva, como a coleta e tratamento de esgotos, estão sendo pagas pelos cariocas, no entanto os investimentos prometidos pela iniciativa privada estão num ritmo muito lento, muito aquém do que é necessário – ressalta o ecologista Sérgio Ricardo Potiguara, cofundador do Movimento Baía Viva.
Sérgio Ricardo ainda afirma que “em 2019, foi firmado um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) entre a CEDAE e o Ministério Público Estadual para retomada das obras de saneamento básico que estavam paralisadas desde a decretação da ‘falência financeira’ do Estado do Rio de Janeiro logo após a Olimpíada de 2016. Até hoje há um imbróglio jurídico no qual a nova concessionária privada de fato não assumiu este comportamento firmado no TAC que prévia metas de investimentos para expansão deste serviço de interesse público. A economia do Rio tem perdido muito com a poluição das lagoas, praias e das nossas baías de Guanabara e de Sepetiba. A saúde coletiva, o lazer e as economias da pesca e do turismo também têm sido bastante prejudicadas”.
O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) enviou ao local uma equipe técnica que vai fazer uma análise da água para descobrir o motivo de terem aparecido tantos peixes mortos, nesta sexta-feira, na lagoa.
Comlurb conclui com 307 toneladas o recolhimento de gigogas
A Comlurb finalizou na quinta-feira o trabalho de recolhimento das gigogas que alcançaram as areias da praia da Barra da Tijuca, na Zona Oeste da cidade.
Desde sexta-feira passada, foram removidas 307 toneladas da planta aquática. A companhia trabalhou com uma equipe formada, em média, por 70 garis e apoio de duas pás carregadeiras, quatro tratores de praia, cinco caminhões basculantes, um compactador e um trator esteira.
Vale lembrar que a Comlurb só remove as gigogas que chegam às areias, não tem atribuição de limpeza na lagoa.