Secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice enfrenta uma dura tarefa nesta semana em uma turnê pela América Latina, uma região cética das receitas de Washington para amenizar seus distúrbios políticos e econômicos. Sensível às críticas generalizadas de que décadas de democracia pouco fizeram para os 100 milhões de latino-americanos que vivem com um dólar por dia, Rice vai adaptar a mensagem pró-liberdade que ela distribuiu em todo o mundo para incluir uma promessa para combater a pobreza.
– Devemos fazer o possível para garantir que as nações que fazem as escolhas difíceis e o trabalho duro para entrar no mundo livre cumpram a esperança de seus cidadãos. Na América Latina, consequentemente enfrentamos o desafio duplo de ajudar a impulsionar a democracia e aliviar a pobreza – disse Rice sobre a viagem de cinco dias à região, que começa pelo Brasil na terça-feira e inclui a Colômbia, o Chile e El Salvador.
O presidente George W. Bush prometeu espalhar a liberdade em todo o mundo em seu segundo mandato e sua mais importante diplomata fez da democracia um tema central nas relações bilaterais dos EUA em suas viagens à Europa, ao Oriente Médio e à Ásia. Com uma importante pesquisa da ONU no ano passado mostrando que a maior parte da América Latina preferia um autocrata a um governo democrata se ele conseguisse resolver seus problemas econômicos, Rice mostra sabedoria em reservar um espaço em sua agenda para a América Latina, disseram analistas políticos.
Mas as próprias credenciais do governo Bush estão sendo questionadas por causa das percepções de que ele apoiou de forma inconsistente a democracia regional e negligenciou grandemente a região, um parceiro natural, devido ao Iraque à guerra ao terrorismo. Além disso, os slogans antipobreza de uma secretária de Estado de um partido republicano que tem pequeno apoio em meio aos pobres nos Estados Unidos poderiam soar nada sinceros em uma região com a pior distribuição de riqueza no mundo.