Rice diz que EUA vão proteger o Japão da ameaça norte-coreana

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Publicado quarta-feira, 18 de outubro de 2006 as 12:33, por: CdB

Secretária norte-americana de Estado, Condoleezza Rice garantiu, nesta quarta-feira, ao governo japonês que Washington manterá seu compromisso de proteger seus aliados asiáticos, tentando assim afastar os temores de uma corrida armamentista na região por causa do recente teste nuclear norte-coreano.

– Os Estados Unidos têm vontade e capacidade de atender a toda a gama, e saliento ‘toda a gama’, de compromissos dissuasórios e de segurança para com o Japão – disse ela em entrevista coletiva em Tóquio, primeira escala de sua atual viagem ao norte da Ásia.

Os EUA temem que Japão e Coréia do Sul embarquem em uma corrida armamentista em reação ao arsenal nuclear norte-coreano.

– Por isso é extremamente importante reafirmar os compromissos de defesa dos EUA com Japão e Coréia do Sul – disse Rice a jornalistas que a acompanham.

Rice ainda irá a Seul e Pequim, na busca por uma posição unificada dos países em relação às sanções impostas pela ONU à Coréia do Norte depois que Pyongyang anunciou, na semana passada, ter realizado um teste nuclear subterrâneo. Fontes de inteligência disseram que satélites detectaram um aumento na atividade do suposto local de testes do Norte, o que indica que uma segunda detonação pode ser iminente.

O Japão é um alvo tradicional da animosidade norte-coreana, e já se discute em Tóquio a conveniência de os japoneses terem armas nucleares, algo vedado pela Constituição. O chanceler Taro Aso reiterou que seu governo “não tem intenção absolutamente nenhuma de se preparar para possuir armas nucleares”.

– Não há tal necessidade, já que o marco de segurança Japão-EUA será ativado para a defesa do Japão, e a secretária Rice acaba de confirmar isso – afirmou Aso em entrevista coletiva, após reunião com a norte-americana.

O regime comunista norte-coreano parece não se abalar com a movimentação diplomática ao seu redor nem com as sanções. Nota da chancelaria, na terça-feira, disse que Pyongyang já resistiu à pressão internacional anteriormente e não vai ceder agora que se tornou uma potência nuclear. O líder norte-coreano, Kim Jong-il, fez na noite de terça-feira sua primeira aparição pública desde o teste, em um gigantesco espetáculo de luzes e sons, minuciosamente coreografado, para celebrar os 80 anos da fundação do “Sindicato Abaixo o Imperialismo”, embrião do atual Partido Comunista dos Trabalhadores.

Kim ouviu com entusiasmo um show com músicas como “Amor dos Camaradas” e “Sempre Admirando o Líder”, segundo a agência oficial de notícias KCNA. Autoridades norte-americanas disseram que a Coréia do Norte movimentou equipamentos que sugerem planos para um segundo teste nuclear. A rede NBC disse que Pyongyang já informou a China nesse sentido. A Coréia do Sul disse desconhecer planos do Norte para um novo teste.