O maior encontro de ciência do Hemisfério Sul, que acontece na capital do Mato Grosso, está rendendo frutos para a cidade e arredores. A 56ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) começou neste domingo, mas, desde o sábado, os hotéis da cidade não fazem mais reservas e, na vizinha Várzea Grande, que fica do outro lado do Rio Cuiabá, a oferta de quartos é escassa.
O evento reune cientistas, pesquisadores, estudantes e professores na Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), até a próxima sexta-feira, dia 23. O número atual de inscritos é de 3.455. Os organizadores esperam que até o último dia da Reunião as inscrições cheguem a 5 mil. Já o público circulante esperado gira em torno de 10 a 12 mil pessoas.
Ricardo Petillo, professor de física do ensino médio de um colégio de Manaus, não imaginava que o evento fosse reunir tanta gente. Ele recebeu, juntamente com um aluno, a participação nas atividades da SBPC como prêmio. O aluno de Petillo ficou em 3º lugar na Olimpíada Brasileira de Física, realizada no colégio.
Para o professor, que participa pela primeira vez das atividades, o objetivo é aumentar seus conhecimentos e levar idéias novas para as suas aulas. “Aqui vai ser possível encontrar professores de todos os lugares do Brasil, encontrando também idéias novas para o ensino”, disse Petillo.
O evento começa oficialmente hoje, às 19h. Às 17h30, no entanto, Énnio Candotti, presidente da SBPC, participa de coletiva à imprensa e, às 18h30, é a vez do ministro Eduardo Campos (Ciência e Tecnologia) falar com os jornalistas. Durante a solenidade de abertura, haverá apresentação do coral da UFMT, com repertório popular brasileiro e regência da maestrina Dorit Kolling.
Outras atividades para públicos específicos estarão acontecendo durante a SBPC, de amanhã até sexta-feira, como o “SBPC Jovem” (com 1.400 inscritos), o “SBPC e a Ciência Indígena” (com 250 índios inscritos) e o “Encontro Nacional de Programa de Educação Tutorial” (Enapet), com 500 inscritos.
Ao todo, serão 185 atividades, distribuídas em 70 simpósios, 38 conferências, 52 minicursos, sete assembléias, além de um concurso, cinco prêmios e 12 encontros. Serão exibidos ainda 2.466 trabalhos científicos, em painéis.
O custo do evento é estimado entre R$ 1,5 milhões e R$ 2 milhões, com recursos dos governos federal, estadual, municipal e de parceiros públicos e privados. Para Cuiabá e cidades vizinhas, como Várzea Grande, que vivem do comércio e da prestação de serviços, o retorno é certo, sobretudo no caso de restaurantes, bar, shoppings, agências de viagens e profissionais autônomos, como taxistas. Hotéis, nem se fala.