Resumo dos ritos fúnebres para o papa João Paulo II

Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado sexta-feira, 8 de abril de 2005 as 05:15, por: CdB

O funeral para o papa João Paulo II nesta sexta-feira no Vaticano será uma forma estendida da liturgia da Igreja Católica Romana para os mortos no qual os clérigos e a congregação confiam a alma do morto a Deus.

Rico em rituais, desenvolvidos ao longo dos dois milênios desde a morte de Jesus Cristo, o funeral de três horas refletirá a natureza mundial da Igreja com orações em italiano, latim e outras línguas européias, asiáticas e africanas.

A seguir um resumo das cerimônias da sexta-feira na Basílica de São Pedro e nos passos fora do templo. Os salmos estão listados de acordo com a numeração católica, que é diferente da numeração original hebraica, que por sua vez poderá ser vista entre parênteses.

 Às 7h30 (2h30 em Brasília), os clérigos mais velhos e amigos do papa participarão de uma cerimônia reservada na Basílica de São Pedro na qual o corpo de João Paulo II será colocado num caixão de madeira cipreste. Um pano de seda branca será colocada sobre o rosto do papa e seu corpo será benzido com água benta. Quando o caixão for fechado, os presentes recitam o salmo 41 (42): “Como o cervo anseia pelas correntes da água, assim anseia minha alma por ti, ó Deus”.

Às 10h (5h em Brasília), o funeral começa seus passos. O caixão fechado é colocado perante o altar com o Livro do Evangelho aberto sobre ele. O cardeal alemão Joseph Ratzinger, decano do Colégio de Cardeais, preside a cerimônia.

Cerca de 164 cardeais estarão a direita de Ratzinger na sessão dos clérigos que conta com 600 assentos. À sua esquerda ficarão 1.400 dignitários italianos e estrangeiros. Outros 2.500 ex-chefes de Estado, ministros, embaixadores e outros convidados importantes sentarão na primeira fileira, mais próxima do altar.

O funeral começa com o canto em latim: “Requiem aeternam dona ei, Domine” (Dê a ele o descanso eterno, ó Senhor). Em seguida vem o salmo 64 (65): “A ti, ó Deus, é devido o louvor em Sião; e a ti se pagará o voto”.

A primeira leitura (Ato dos Apóstolos 10, 34-43) cita São Pedro dizendo que Deus não mostra nenhuma parcialidade entre as nações. Esse trecho será lido em espanhol. Depois disso vem o canto em latim do salmo 22 (23): “O Senhor é meu pastor e nada me faltará”.

A segunda leitura, em inglês, é da carta de São Paulo aos filipenses (3,20 -4,1): “Mas nossa cidadania está no céu”.

O evangelho de João 21, 15-19, onde Jesus diz a Pedro que, se ele O ama, ele tem de conduzir Suas ovelhas. Ratzinger faz o sermão.

Após a música do Credo, cantada pelo coro e congregação, as intenções especiais serão lidas em francês, suaile, filipino, polonês, alemão e português. O coro então cantará o salmo 17 (18): “Eu te amo ó Senhor, força minha”. Depois, o cardeal Ratzinger faz a consagração, rezando e erguendo a hóstia e depois o cálice de vinho, os quais os católicos acreditam se transformar no sangue e no corpo de Cristo.

A congregação canta o “Pai Nosso” em latim (“Pater noster, qui es in caelis”) e depois Ratzinger os convida para dar um ao outro um sinal de paz, como um aperto de mãos acompanha pelas palavras “que a paz esteja com você”.

O coro e a congregação cantam em latim “O Cordeiro de Deus” (“Agnus Dei”). É dada a comunhão e, com a ajuda de outros padres, as hóstias são distribuídas para a congregação. Durante a comunhão o salmo 129 (130) é cantado: “Das profundezas clamo a ti, ó Senhor”.

Após a comunhão, o cardeal Ratzinger se põe de pé em frente ao caixão e lidera a congregação em outra prece seguida pela Ladainha dos Santos em latim, pede-se a uma longa lista de santos que rezem pela alma do papa. A resposta é: “ora pro eo” (plural de “orate pro eo” que significa rezem por ele. O cardeal Camillo Ruini, vigário de Roma, conclui a Ladainha com uma curta oração no caixão e retoma seu lugar. Os líderes da Igreja Católica do Oriente então se levantam, vão até o caixão, rezam com incenso e depois voltam aos seus lugares.

Segue-se então um período de silêncio, então o cardeal Ratzinger jo