Por Redação, com agências internacionais – de Pequim:
As reservas de moeda estrangeira da China registraram sua pior queda mensal em agosto, refletindo as tentativas de Pequim para frear a deterioração do iuan e estabilizar os mercados financeiros, após sua decisão surpreendente de desvalorizar a moeda no mês passado.
As reservas chinesas, as maiores do mundo, caíram US$ 93,9 bilhões no mês passado, para US$ 3,557 trilhões, mostraram dados do Banco Central nesta segunda-feira.
A queda fez os observadores de mercados perguntarem quão sustentáveis são os esforços do país para amparar o iuan, já que o capital está deixando a China devido aos temores de desaceleração econômica e às perspectivas de aumento nas taxas de juros dos Estados Unidos.
– A intervenção frequente irá queimar as reservas de moeda estrangeira rapidamente e limitar a liquidez do mercado continental – disse Zhou Hao, economista-sênior do Commerzbank de Cingapura.
O iuan perdeu força no exterior após a divulgação de orientações para negociá-lo com um desconto recorde em relação à taxa continental, dando a entender que os investidores acreditam que a taxa oficial está sendo mantida muito alta. Mas houve alívio no fato de que o rombo nas reservas não foi ainda maior, e na véspera do anúncio alguns especialistas previram que a queda poderia chegar a US$ 200 bilhões.
Mesmo assim, os economistas estimaram que a queda provavelmente ficou um pouco acima da cifra de US$ 94 bilhões, dado o impacto positivo das mudanças de avaliação diante da queda do dólar em relação às grandes moedas. Uma grande parcela das reservas chinesas é em títulos do Tesouro norte-americano.
O declínio nas reservas se acelerou depois da desvalorização de quase 2% do iuan no dia 11 de agosto, que desencadeou novas preocupações com a economia e a venda intensa da moeda.
Crescimento
Ainda nesta segunda-feira, a China revisou para baixo sua taxa de crescimento econômico anual em 2014, de 7,4% para 7,3%, informou o Escritório Nacional de Estatísticas.
O Produto Interno Bruto ficou em 63,6 trilhões de iuanes (US$ 10 trilhões) no ano passado, o que representa uma queda de 32,4 bilhões de iuanes em relação à estimativa inicial, disse o escritório em comunicado em seu site.
A instituição revisou a expansão do setor de serviços em 2014 em 0,3 ponto percentual, para 7,8%, o que contribuiu para a queda na taxa de crescimento do PIB estimado. O setor primário – o setor agrícola – cresceu 4,1% no ano passado, enquanto a expansão do setor secundário, que inclui manufatura e construção, subiu 7,3%.