A comissão externa que acompanhou as investigações sobre o envenenamento de animais no Zoológico de São Paulo vota seu relatório, nesta terça-feira. Após acompanhar as apurações, o relator da comissão, deputado federal Marcelo Ortiz (PV-SP), deve propor que os parlamentares continuem acompanhando o inquérito. Ele disse, porém, estar confiante de que a Polícia Federal vá prropor a punição de criminosos.
– Nossa função terminou porque, a partir do momento em que nos envolvemos, as mortes de animais pararam. Não tenho dúvidas de que a polícia concluirá seu trabalho – revelou Marcelo Ortiz, depois de analisar os dois volumes do inquérito.
A investigação é sigilosa, por isso o relatório do parlamentar não deve citar nomes de suspeitos.
– Há muita gente envolvida e vamos cobrar conclusões – garantiu.
Acompanhamento dos deputados
A comissão tem acompanhado a investigação desde as primeiras mortes registradas no zôo paulista, em janeiro de 2004. Os deputados visitaram o zoológico e realizaram audiências públicas com a direção da entidade. A comissão também teve acesso aos trabalhos do Ministério Público e da polícia nas investigações. Após indícios de envolvimento de funcionários no comércio ilegal de animais, o caso foi transferido para a Justiça Federal, que tem a competência de julgar crimes contra a fauna. A hipótese principal tem sido a de que o envenenamento ocultaria outros crimes.
Veneno proibido
Exames realizados nos animais mortos apontaram o fluoracetato de sódio, substância proibida no Brasil sem antídoto conhecido, como a causa das mortes. Apenas um grama dessa substância pode matar 50 cães de 20 quilos. Ela é inodora e incolor, o que dificultou a prevenção contra o envenenamento.
Além de animais exóticos, como chimpanzés, um bisão e um orangotango, foram mortos animais brasileiros ameaçados de extinção. Entre eles, 7 micos-leões-de-cara-dourada e 3 tamanduás-mirins, em um total de 73 animais envenenados.