Relação entre Brasil e países árabes se intensificou desde o início do governo Lula

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Publicado segunda-feira, 9 de maio de 2005 as 10:44, por: CdB

A Cúpula América do Sul – Países Árabes coroa dois anos de esforços recíprocos de aproximação entre as regiões. As relações entre o Brasil e o Oriente Médio se intensificaram a partir da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Síria, Líbano, Emirados Árabes Unidos, Egito e Líbia, em dezembro de 2003. Na ocasião, foram assinados acordos comerciais e realizados seminários sobre oportunidades de investimentos e negócios.

A última viagem de um chefe de Estado brasileiro foi em 1876, quando o Imperador Dom Pedro II visitou o Líbano, Síria, Palestina e Egito para cumprir uma agenda privada. Mais de cem anos depois, em 2003, antes da missão presidencial aos países árabes, o Brasil tornou-se o primeiro observador latino-americano na Liga dos Estados Árabes, e o presidente Lula foi o primeiro chefe de Estado brasileiro a comparecer a uma reunião da entidade.

Também em 2003, o primeiro-ministro Rafik Hariri, do Líbano, veio ao Brasil, ocasião em que se decidiu criar uma comissão bilateral de alto nível para o aumento do intercâmbio comercial. No ano passado, o Brasil sediou dois eventos destinados a identificar áreas potenciais para intercâmbio com os árabes.

Entre eles, um seminário sobre cultura árabe, em São Paulo, e um seminário de Cooperação Científica e Tecnológica entre América do Sul e Países Árabes sobre Semi-Árido e Manejo dos Recursos Hídricos, que reuniu estudiosos de 13 países em Fortaleza.

Também em 2004, o Brasil abriu um escritório de representação em Ramalah, na Palestina, e designou um Embaixador Extraordinário para os assuntos do Oriente Médio com o objetivo de participar mais ativamente dos esforços internacionais no processo de paz relativo ao conflito entre Israel e Palestino.

As iniciativas para intensificação das relações entre Brasil e Oriente Médio tiveram seqüência neste ano. Em fevereiro, o embaixador Celso Amorim visitou 10 países árabes. No mês seguinte, Amorim participou da 17ª Cúpula da Liga dos Estados Árabes, em Argel. E em abril deste ano, o Brasil recebeu pela primeira vez a visita de um Secretário-Geral da Liga dos Estados Árabes – o Embaixador Amre Moussa.

Razões culturais, políticas e comerciais justificam o interesse do Brasil na intensificação das relações com o Oriente Médio. O Brasil concentra a maior comunidade de origem árabe fora do mundo árabe – mais de dez milhões de brasileiros possuem ascendentes na região. No campo econômico, são grandes as possibilidades de incrementar o intercâmbio comercial uma vez que o Brasil responde, ainda, por apenas 2% dos US$ 239 bilhões de bens importados pelos árabes do mundo todo.