Reino Unido aprova método de fecundação de ‘três pais’

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Publicado segunda-feira, 19 de dezembro de 2016 as 10:21, por: CdB

Órgão regulador britânico é o primeiro país a liberar a aplicação de técnica controversa que visa permitir que progenitores com mutações genéticas raras possam gerar filhos saudáveis

Por Redação, com DW – de Londres:

O Reino Unido se tornou o primeiro país a aprovar a fecundação de bebês nascidos a partir do DNA de três progenitores, com o objetivo de evitar doenças congênitas.

O Reino Unido se tornou o primeiro país a aprovar a fecundação de bebês nascidos a partir do DNA de três progenitores
O Reino Unido se tornou o primeiro país a aprovar a fecundação de bebês nascidos a partir do DNA de três progenitores

A Autoridade de Embriologia e Fertilização Humana (HFEA) permitirá que as clínicas britânicas solicitem as permissões necessárias. Para aplicar a controversa técnica, que poderá evitar o nascimento de bebês com doenças genéticas incuráveis. Cada caso será analisado isoladamente antes que os procedimentos sejam aprovados.

– Esta é uma decisão de importância histórica – declarou Sally Cheshire, presidente da HFEA. A cada ano, 25 casais receberão permissão para que o método de fertilização seja aplicado. A chamada “fecundação de três pais” foi aprovada legalmente no país em 2015. Mas ainda faltava a autorização definitiva da HFEA.

Um centro de fertilização da cidade de Newcastle, no norte do país, poderá ser o primeiro a oferecer o procedimento. A técnica de reprodução assistida utiliza o DNA de três progenitores diferentes, pai, mãe e um doador ou doadora. Permitindo que casais com mutações genéticas raras possam gerar filhos saudáveis.

O tratamento pode ocorrer de várias maneiras. A técnica aprovada pelo órgão regulador britânico. Chamada de transferência pronuclear. Implica a fertilização do óvulo da mãe e de uma doadora com o esperma do pai. Os núcleos são retirados antes que os óvulos fertilizados comecem a se dividir. Descartando-se em seguida o da doadora e substituindo-o pelo da mãe.

DNA

O feto terá uma quantidade mínima de DNA da doadora, mas os elementos que definem as características físicas e a personalidade serão os dos pais. A técnica somente poderá ser aplicada se houver de riscos bastante elevados de o bebê desenvolver uma doença mitocondrial.

– É muito gratificante que nossos muitos anos de pesquisa nesta área possam finalmente ser aplicados para ajudar as famílias afetadas por essas doenças devastadoras – comemorou Mary Herbert, do Centro de Fertilização de Newcastle, antecipando que serão necessárias doadoras de óvulos.

O primeiro bebê concebido através dessa técnica nasceu no início de 2016 numa clínica do México, onde médicos americanos aplicaram o tratamento num casal jordaniano. Os críticos desse procedimento temem que a aprovação da técnica abra caminho para outras modificações genéticas de bebês.