Redução de alíquotas sobre farinha não diminui preço do pão

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Publicado sábado, 28 de agosto de 2004 as 16:23, por: CdB

A queda das alíquotas do PIS/Cofins sobre a farinha não implicará em redução do preço do pão francês, “porque o preço do pão não subiu”, afirmou o presidente da Associação dos Industriais de Panificação e Confeitaria do Estado do Rio de Janeiro(Aiperj), Antonio José Borges da Costa.

Ele explicou que, desde a entrada em vigor do Plano Real, em 1994, o preço médio do pãozinho subiu, por exemplo, apenas R$0,05 na Baixada Fluminense em 10 anos, passando de R$0,15 para R$0,20. Houve um aumento pontual do pão francês na Zona Sul da capital, onde o poder aquisitivo é alto, disse Borges da Costa.

O Presidente da Aiperj revelou que, embora o preço do pão tenha subido em média apenas R$ 0,05 em 10 anos, a média de pagamento mensal de luz das empresas do setor no período, que variava de R$ 600,00 a R$ 800,00, subiu para cerca de R$ 3 mil a R$4 mil; o salário mínimo, que era R$ 70,00, hoje é de R$260,00 e o saco de farinha de trigo de 50 quilos, que custava R$13,00 em 1994, passou para R$ 60,00 em 2004. Em função desses aumentos, o Presidente da Aiperj afirma que o setor de padarias e confeitarias está “super sacrificado”.

Borges da Costa disse que as chamadas padarias de fundo de quintal praticam preços mais baixos, de até R$ 0,10 o pão francês, porque estão na informalidade, sonegam impostos e fazem gatilhos na rede de iluminação. No estado do Rio, entretanto, a média de preço das padarias formais no varejo é de R$ 0,20, garantiu. Os preços mais altos, de até R$0,35, registrados em estabelecimentos da Zona Sul do Município do Rio de Janeiro, são justificados, segundo ele, pelos elevados encargos a que estão sujeitos os empresários, como aluguéis entre R$ 5 mil a R$6 mil. Borges da Costa reivindicou do governo um maior apoio às pequenas empresas, que leve a uma melhor organização comercial no país.