Redes sociais levantam dúvidas se rapaz preso acendeu rojão

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Publicado quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014 as 15:14, por: CdB
Circula nas redes sociais uma dúvida, as imagens do homem que acendeu o rojão e matou o cinegrafista Santiago Andrade
Circula nas redes sociais uma dúvida, as imagens do homem que acendeu o rojão e matou o cinegrafista Santiago Andrade

Circula nas redes sociais uma dúvida, as imagens do homem que acendeu o rojão e matou o cinegrafista Santiago Andrade não parecem compatíveis com a foto do suspeito, divulgada pela polícia. Usuários da rede social não acreditam que a foto divulgada seja a do verdadeiro autor do crime. Um dos argumentos é de que nas imagens registradas por inúmeras câmeras, o homem que acendeu o rojão é branco, porém, a foto do foragido é de um negro, identificado como Caio Silva de Souza, de 23 anos. Pesa, no entanto, a afirmação da mãe do suspeito, a de que ele teria confessado o crime.

Caio Silva de Souza, de 23 anos,  confirmou em entrevista ao telejornal RJTV, da Rede Globo, que acendeu o artefato. Ele disse, no entanto, que não sabia se tratar de um rojão. Pensou que se tratava de um ‘cabeção- de-nego’:

– Acendi sim. Nem sabia que aquilo era um rojão – falou o rapaz.

O jovem disse ainda que fugiu do Rio por que estava com medo de ser morto. Perguntado por jornalistas de quem ele estaria com medo, Caio não deu detalhes, mas citou ‘pessoas envolvidas nas manifestações’:

– Eu fiquei com medo de me matarem, de verdade – disse Caio, que completou: – pessoas envolvidas nas manifestações.

Circulou também, nas redes sociais, uma montagem mostrando a ativista Elisa Quadros, a Sininho, abraçada ao seu namorado, conhecido como Game Over, quando foi presa em uma manifestação ocorrida em outubro do ano passado. O homem é branco e usa barba, feições parecidas com a Caio Silva de Souza, também de 26 anos, professor de História, morador de Vila Velha, no Espírito Santo. Ele é homônimo do jovem procurado pela polícia. Sua foto de perfil aparece na imagem e o coloca como possível culpado pelo crime. Segundo informações do diário popular carioca O Dia, a montagem foi compartilhada por diversos perfis.

O jovem é professor em escolas da Prefeitura de Vila Velha, cidade onde nasceu e vive. Ele afirmou que se formou na Universidade Federal Fluminense (UFF) em 2012, e há seis meses não visita a cidade onde concluiu os estudos. Apesar de ser politicamente engajado e já ter participado de manifestações em Vitória, na capital do Espírito Santo, Caio revelou que nunca participou de protestos no Rio.

O professor ficou sabendo que um homônimo estava sendo procurado pelo crime na noite de segunda-feira, e públicou em sua página pessoal que não era o acusado. Mesmo com a divulgação de sua foto, Caio disse que não recebeu nenhuma ameaça e não está com medo. “Eu estou no Espírito Santo, por isso estou tranquilo. Mas se estivesse no Rio não estaria, ainda mais com essa moda de justiceiros e a repercussão que a morte do cinegrafista tomou. Muita gente me mandou mensagens de apoio”, contou.

O rapaz pretende tomar medidas contra a campanha difamatória. “Vi que a imagem foi compartilhada mais de 300 vezes por um perfil, 50 vezes em outro, 20 em outra. Nas páginas originais, algumas pessoas fizeram ameaças, como de me agredir caso me encontrassem. Algumas pessoas que compartilharam perceberam o erro e me pediram desculpas, apagando o que haviam feito. Não tenho como medir o alcance disso, mas fiz diversos prints e vou agir o mais rápido possível”, disse.