Recuperação de rodovia estimula o crescimento local

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Publicado quinta-feira, 5 de junho de 2014 as 12:20, por: CdB
Segundo o cronograma estabelecido pelos engenheiros do órgão, os trabalhos foram concluídos dentro do prazo
Segundo o cronograma estabelecido pelos engenheiros do órgão, os trabalhos foram concluídos dentro do prazo

A RJ-146, utilizada como rota de ligação entre as regiões Serrana e Norte Fluminense, recebe obras de restauração. O Departamento de Estradas de Rodagem (DER), vinculado à Secretaria de Obras, investiu R$ 3,5 milhões nas intervenções.

O trecho beneficiado, com 4,5 quilômetros de extensão, está compreendido entre o município de Santa Maria Madalena e a localidade de Terras Frias. Os serviços de drenagem e terraplenagem estão concluídos, restando apenas a limpeza da pista e a instalação de parte da sinalização horizontal e vertical.

Segundo o cronograma estabelecido pelos engenheiros do órgão, os trabalhos foram concluídos dentro do prazo.

Maquinário é utilizado

As obras na RJ-146 contaram com o apoio diário de aproximadamente 40 homens, além de maquinário composto por retroescavadeiras, escavadeiras-hidráulicas, pás-mecânicas, caminhões de massa, rolo-compactadores e patrols. Os serviços para instalação da sinalização horizontal e vertical estão em fase de conclusão.

A rodovia tem, ao todo, 109 quilômetros de extensão, ligando o município de Bom Jardim, na Região Serrana, a São Fidélis, no Norte do Estado. A estrada atravessa ainda as cidades de Trajano de Moraes e Santa Maria Madalena.

A recuperação do trecho entre Santa Maria Madalena e Terras Frias irá beneficiar diretamente mais de 3 mil pessoas, além de estimular o crescimento do turismo local e as melhorias no escoamento da produção agropecuária da região. A RJ-146 é o principal acesso ao Parque Estadual do Desengano.

Parceria para obras 

O Governo do Estado e a Eletronuclear assinaram, no Palácio Guanabara, convênio no valor de R$ 42 milhões para complementação dos recursos necessários à construção da Estrada Parque Paraty-Cunha, na RJ-165. A pavimentação da rodovia era esperada há mais de 50 anos. Os restantes R$ 50 milhões, dos R$ 92 milhões do valor total da intervenção, são recursos estaduais, com empréstimo contraído junto à Comissão Andina de Fomento (CAF). A contrapartida da empresa federal para a construção da estrada é uma das exigências do Ibama e do Instituto de Biodiversidade Chico Mendes para a concessão da licença ambiental de implantação da Usina Nuclear Angra 3.

Estão sendo pavimentados os 9,4 quilômetros, trecho até então virgem, até a divisa com o Estado de São Paulo, onde se conecta com a SP-171, que já é asfaltada. Os trabalhos começaram no ano passado, no sentido Cunha-Paraty.

A rodovia ajudará no desenvolvimento do turismo da região, além de servir para preservar a própria fauna e flora da Serra da Bocaina, em função das obras de contenção de encostas e de implantação de sinalização que serão executadas. A distância entre as cidades de Paraty e Cunha será encurtada em 270 quilômetros, diminuindo o tempo de viagem em duas horas.

De acordo com o governador Luiz Fernando Pezão, a estrada é de fundamental importância para o turismo no Sul Fluminense, em especial Paraty e Angra dos Reis.

– Essa obra é esperada há mais de 50 anos e é a redenção de Paraty e Angra dos Reis para o turismo. A estrada coloca o Vale do Paraíba e o Sul de Minas a menos de uma hora do mar – disse o governador.

O presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, acredita que um dos diferenciais da estrada é o respeito ao meio ambiente.

– A gente tem que inserir o homem no meio ambiente. Essa estrada é uma compatibilização, permitindo que o homem se desloque, mas com extremo respeito ao meio ambiente. A Eletronuclear, dentro do quadro de compensações ambientais, participa desse esforço – afirmou o presidente da Eletronuclear.

Desenvolvimento econômico da região

Para a prefeita de Angra dos Reis, Maria da Conceição Caldas, o município também pode se tornar um destino turístico para os paulistas após o término das obras.

– A estrada é importante porque vai servir para tornar Angra uma cidade visitada também pelos paulistas. Isso traz o desenvolvimento econômico para a região, atraindo mais indústrias – disse a prefeita.

Já o prefeito de Paraty, Carlos José Gama, acredita que haverá uma revitalização do setor de turismo na Costa Verde.

– Essa estrada é um sonho desde a década de 50, quando passou a existir sem pavimentação. Ela liga o Vale do Paraíba ao mar. Isso vai facilitar tanto o acesso ao Vale do Paraíba, quanto o acesso de turistas dessa região a nossa cidade. A economia de Paraty é 70% é do turismo –disse Carlos José Gama.

O prefeito da cidade de Cunha, Osmar Felipe Júnior, também ressaltou a importância da obra.

– A estrada, além de um sonho antigo, vai estreitar o relacionamento que já existe entre as duas cidades. Vai ser um fator de desenvolvimento econômico e turismo muito importante. Hoje, temos aproximadamente mil leitos na nossa cidade, a segunda principal economia do município é o turismo, então estamos bastante esperançosos para ter essa estrada – explicou o prefeito de Cunha.

Obras adotam medidas sustentáveis

A Paraty-Cunha é a segunda estrada parque do Estado do Rio. A primeira é Capelinha-Mauá, em Itatiaia e Resende, que foi inaugurada no início do ano. As intervenções, executadas pelo DER (Departamento de Estradas de Rodagem), órgão vinculado à Secretaria de Obras, adotam medidas sustentáveis. Os trabalhos são supervisionados por uma equipe de técnicos e ambientalistas da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), por determinação dos órgãos ambientais, porque a estrada fica no Parque Nacional da Bocaina, uma área de preservação natural.

O DER é obrigado a obedecer a uma série de exigências de proteção da fauna e flora locais, como uso de pavimentação com blocos de cimento justapostos (bloquetes), sistema não poluente; adoção de medidas de preservação do curso de rios e córregos; e criação de zoopassagens, travessias aéreas e subterrâneas para animais. Foram catalogadas na região, por um grupo do Laboratório de Zoologia de Vertebrados da Uerj, 31 espécies de mamíferos, além do rato-toupeira (Blarinomys breviceps), de apenas 22 centímetros de comprimento e 22 gramas.

O trajeto entre Paraty e Cunha tem 47 quilômetros e já fez parte da então Estrada Real, por onde, nos tempos do Brasil Colônia, eram transportados o ouro e os diamantes vindos de Minas Gerais em direção ao porto de Paraty, com destino a Portugal, além de mercadorias e escravos. Na época, a Estrada Real era conhecida como Caminho Velho.

No total, serão investidos R$ 92 milhões na construção da estrada parque
No total, serão investidos R$ 92 milhões na construção da estrada parque