Recuo no preço do petróleo faz Ipiranga retomar refino

A Refinaria Ipiranga, uma das duas refinarias privadas do país, voltará a operar no mês de junho, depois de mais de um mês parada em função do alto custo do preço do petróleo no mercado internacional.

O retorno das operações, que representam cerca de 1% do volume total refinado no Brasil, ou 15 mil barris diários, foi possível graças ao recuo do preço da commodity, informou a empresa em um comunicado à Bovespa nesta terça-feira.

A Ipiranga informou no entanto que continua buscando entendimento com o governo e a Petrobras para encontrar “solução estruturada, visando permitir a sua continuidade na atividade de processamento de petróleo em adequadas condições econômicas”, afirmou em nota.

A empresa parou suas atividades em meados de abril alegando que a impossibilidade de repassar a alta do petróleo no mercado externo para o doméstico estava ocasionando prejuízo.
A estatal Petrobras, que monopoliza o refino do país, fez o último ajuste nos preços da gasolina e do diesel em novembro do ano passado, apesar de conceder ajustes quinzenais a outros produtos, como a nafta e o querosene de aviação.

Em dezembro do ano passado, a Ipiranga fechou contrato de compra de petróleo da Petrobras, onde previa-se uma curva de preços de petróleo com períodos de alta, mas também com períodos de baixa, de tal forma que as perdas e ganhos da Ipiranga seriam equilibradas.

Os preços no mercado internacional no entanto não cederam e o contrato, apesar de ainda em vigor, passou a gerar prejuízo.

O valor calculado para atingir o equilíbrio da operação, segundo a Ipiranga, situava-se em 44 dólares o barril, e os preços no mercado este ano ultrapassam os 50 dólares o barril, chegando a atingir 58 dólares o barril em fevereiro.