Começou nesta quarta-feira o segundo dia do julgamento do processo mais importante da Operação Anaconda (Polícia Federal), a prisão de envolvidos em esquema de venda de sentenças judiciais. O julgamento, que começou ontem no Tribunal Regional Federal (TRF) de São Paulo, anulou uma denúncia contra um dos 12 réus, o juiz federal afastado Ali Mazloum, que estava sendo julgado pelos crimes de formação de quadrilha junto com outros onze réus.
O julgamento se dá depois de mais de dois ano e meio de investigações da Polícia Federal. Hoje serão julgados dois juízes federais, entre ele o juiz Rocha Mattos, três delegados, um agente federal, dois advogados, dois empresários e a ex-mulher de Rocha Mattos, suspeita de particiapação no esquema.
O juiz Rocha Mattos é considerado pela PF como um dos cabeças do esquema. A advogada do juiz, Daniela Regina Pellin, faz pouco caso do julgamento. Ela disse que as investigações da Operação Ananconda vão virar poeira.
Na tarde de ontem o juiz obteve um hábeas-corpus do Supremo Tribunal Federal (STF) e a denúncia contra ele foi extinta. A previsão é de que o julgamento termine amanhã. No entanto, os advogados dos réus falam em estender a medida do STF aos demais acusados a fim de anular as sessões. Segundo o jornal O Globo, a acusação lamentou a decisão de livrar o juiz Ali Mazloum das acusações.
Ali ainda é acusado de ameaçar um policial e de abuso de poder. Os dois crimes são ligados a um outro processo. Outro acusado, o juiz federal afastado Casem Mazloum, irmão de Ali, também recebeu hábeas-corpus. A decisão animou os advogados de defesa.