Receita apura esquema nacional de fraudes

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Publicado quinta-feira, 2 de outubro de 2003 as 10:38, por: CdB

O corregedor da Receita Federal, Moacir Leão, afirmou ontem que vai investigar se o suposto esquema de fraudes na Receita tem conexões nacionais. Para Leão, o sistema informatizado do fisco tem “fragilidades e inconsistências”, que facilitariam a ação de fraudadores. O modo de agir da suposta quadrilha do Rio é o mesmo do grupo desbaratado recentemente no aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). Ambos usavam a emissão de falsas certidões negativas de débito e o apagamento do registro das dívidas das empresas envolvidas.

A diferença, disse o corregedor, é que os 27 suspeitos no Rio teriam um esquema “mais profissional” do que o descoberto em Campinas. Segundo Leão, com uma senha própria ou de terceiros, qualquer funcionário da Receita pode dar baixa de débitos no sistema. Para ele, a suposta a quadrilha do Rio usa as próprias senhas e depois elimina o processo físico. O grupo teria provocado prejuízo de pelo menos R$ 250 milhões.

Entre os 27 envolvidos na fraude está o ex-presidente do Flamengo, Edmundo Silva, preso na segunda-feira juntamente com outras nove pessoas. Edmundo Silva foi encaminhado à carceragem da Polinter, na zona norte do Rio, e passou as noites de segunda e terça-feira no local.

Ontem, quatro auditores acusados de envolvimento com a quadrilha se apresentaram espontaneamente à Justiça Federal, chegando a 14 o número de detidos. Eles foram ouvidos pelo juiz da 3ª Vara Federal, Lafredo Lisboa. Logo após, acabaram sendo presos.

Policiais federais ainda procuram as outras 13 pessoas, entre elas o titular da Delegacia de Arrecadação Tributária da Receita, José Góes Filho.

O juiz Lafredo Lisboa determinou a soltura do auditor da Receita Federal Fernando José da Rocha Velho. O juiz acatou a sugestão do corregedor-geral da Receita, Moacir Leão, que concluiu que Fernando José não tem envolvimento com as fraudes.