O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou mudanças radicais nesta segunda-feira no sistema político do país para dar mais poderes ao Kremlin na “luta contra o terrorismo”, mas imediatamente provocou comentários de que estava explorando a tragédia na escola de Beslan, ocorrida no começo do mês, para ganhos pessoais.
Putin disse em encontro com as principais autoridades russas, convocadas após a sangrenta crise de reféns que deixou mais de 320 mortos, que a Rússia fracassou na construção de um estado forte e unido.
Ele disse que esta função tornou-se ainda mais importante depois da ação de rebeldes chechenos em uma escola na cidade de Beslan, em Ossétia do Norte, perto da Província rebelde da Chechênia.
– A luta contra o terrorismo deve se tornar uma tarefa nacional – disse ele no encontro do governo central com governadores das 89 regiões da Rússia.
Putin disse que deseja uma nova lei eleitoral para limitar o número de partidos políticos e para ter controle total na nomeação de líderes regionais. Mas opositores políticos acusaram o presidente de usar o drama para ganhar mais poderes.
– Tais medidas não têm nada a ver com a segurança de pessoas – afirmou Vladimir Ryzhkov, um parlamentar liberal.
– O Kremlin está se aproveitando do momento – sentenciou.
No discurso desta segunda-feira, Putin ordenou um pacote de iniciativas sociais e de segurança para o sul do país, que inclui a Chechênia. O presidente indicou Dmitry Kozak como seu representante pessoal na área. O líder disse ainda que todo o sistema administrativo da nação deveria ser modificado para enfrentar a ameaça terrorista.