Em plena campanha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu, neste fim de semana, a última palavra na coordenação de sua campanha. Ele quer a contabilidade centralizada em um único responsável, o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini, e dois comitês de campanha: um em Brasília e outro em São Paulo. Estas decisões, segundo os cardeais do partido, vão evitar novos “acidentes de percurso” como foi o valerioduto, além de diminuir os custos de produção da propaganda eleitoral. Segundo afirmou o secretário de finanças do partido, Paulo Ferreira, ficará mais barato estabelecer um comitê em Brasília, para gravar os programas eleitorais a deslocar o presidente até São Paulo.
– Como é uma situação nova, é razoável que o PT pense em um formato de campanha eleitoral que comporte duas estruturas – disse Ferreira a jornalistas neste fim de semana.
Embora a contabilidade fique a cargo de Berzoini, outra novidade decidida por Lula é que a campanha de Lula terá um tesoureiro e o partido, um outro.
– Em todas as campanhas houve uma situação em que a estrutura de finanças do PT se transferia para a estrutura de finanças da campanha eleitoral. O secretário de Finanças do PT acabava sendo o tesoureiro da campanha. Isso acabou. Vamos separar o PT da campanha – disse Ferreira.
O PT também não quer misturar a campanha de Lula com a de candidatos do partido nos Estados. São Paulo é um dos redutos onde há forte resistência da direção do PT em fundir o comitê do presidente com o de Aloízio Mercadante, que disputará o governo estadual. Mercadante, que tenta ‘colar’ sua imagem à de Lula, trabalha no sentido inverso e diz que conversará com o presidente sobre fundir as coordenações de campanha.
– Na agenda, mobilização, campanha, nós queremos integração total – confirmou Mercadante.