Projeção dá vitória ampla do governo em eleição no Japão

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Publicado domingo, 10 de julho de 2022 as 11:34, por: CdB

Coalizão do premiê Fumio Kishida deve vencer com folga votação ofuscada pelo assassinato do ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe. Suspeito de ataque diz que agiu por ódio a grupo religioso.

Por Redação, com DW – de Tóquio

Eleitores japoneses foram às urnas neste domingo para eleger os integrantes da câmara alta do Parlamento com o país ainda em choque pelo assassinato do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe durante um evento de campanha na cidade de Nara, no oeste do Japão.

Coalizão do premiê Fumio Kishida deve vencer com folga votação

De acordo com as projeções divulgadas logo após o fechamento dos locais de votação, a aliança governista deve conquistar entre 69 e 83 assentos dos 125 em votação, conforme números da emissora NHK.

O Partido Liberal Democrata (PLD) de Abe, que sustenta o governo do primeiro-ministro Fumio Kishida, e seu parceiro menor de coalizão, Komeito, devem obter, assim, uma vitória clara no pleito. A aliança atualmente detêm a maioria na segunda câmara assim como na câmara alta do Parlamento.

Uma vitória clara fortaleceria o poder de Kishida em um momento em que a recuperação econômica do Japão após a pandemia de coronavírus é ameaçada pelo aumento dos preços da energia e dos alimentos. Face à invasão da Ucrânia pela Rússia e as pretensões de poder da China, seu partido reivindica um aumento acentuado nos gastos militares.

Susposto ódio a grupo religioso

Tetsuya Yamagami, de 41 anos, o homem suspeito de matar Abe num ataque a tiros durante um comício eleitoral apenas dois dias antes da eleição, disse à polícia que tentou construir uma bomba.

Neste domingo, a polícia revistou a casa dele em Nara, confiscando armas semelhantes à encontrada no local do atentado. Ele disse após ser preso que agiu por ódio a um grupo religioso que apoiava Abe, segundo relatos.

A mídia local informou que a família de Yamagami sofreu problemas financeiros como resultado das doações de sua mãe ao grupo.

Ele teria visitado na quinta-feira a região de Okayama, no oeste do país, com a intenção de matar Abe em um outro evento, mas desistiu porque os participantes tinham que se registrar com seus nomes e endereços.

Segurança reforçada

A polícia japonesa aumentou drasticamente sua presença nos eventos eleitorais após o assassinato de Abe, em contraste com a prática anterior, quando os políticos costumavam manter um contato próximo com o eleitorado durante a campanha.

Durante os últimos eventos eleitorais do premiê japonês, Fumio Kishida, nas prefeituras de Yamanashi e Niigata, a polícia esteve bastante em evidência, e o público foi revistado com detectores de metal. “Nunca cederemos à violência. Que a democracia nos proteja”, disse o premiê japonês.

Com poucos crimes violentos e leis severas de armamentos, a segurança em eventos de campanha japoneses costuma ser pouco restrita.

A segurança nos locais de votação neste domingo permaneceu normal.

A partir das 14h (hora local), a participação dos eleitores era de 18,79%, ligeiramente superior à última eleição para a câmara alta, há três anos.

Velório e funeral de Abe

O corpo de Abe chegou a Tóquio no sábado vindo de Nara, no oeste do país, onde ele foi morto a tiros um dia antes.

O assassinato abalou a nação e chocou a comunidade internacional, provocando uma onda de simpatia até mesmo de nações com as quais Abe tinha relações difíceis, como China e Coreia do Sul.

Abe fazia campanha para seu partido na região de Nara quando foi morto. A polícia local admitiu no sábado “problemas” com o esquema de segurança planejado para o ex-premiê e prometeu uma “investigação completa” sobre as possíveis falhas.

O escritório de Abe disse à agência de notícias AFP que um velório será realizado na noite de segunda-feira, com um funeral para familiares e amigos próximos apenas na terça-feira. A mídia local disse que ambos deveriam ser realizados no Templo Zojoji, em Tóquio.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que está na Ásia para reuniões, fará uma parada em Tóquio na segunda-feira para oferecer condolências pessoalmente, disse o Departamento de Estado norte-americano.

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