Produção têxtil cai e aponta concorrência chinesa como uma das causas

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Publicado segunda-feira, 27 de junho de 2005 as 17:03, por: CdB

A indústria têxtil paulista sofreu uma redução de 5% em sua produção, entre janeiro e abril deste ano sobre igual período do ano passado. – O ano já está comprometido e essa crise momentânea do governo afeta o setor – argumenta o presidente do Sindicato da Indústria Têxtil (Sinditêxtil- SP), Rafael Cervone Neto, ao divulgar o balanço do setor, que não inclui o segmento de vestuário.

Em sua análise, um dos fatores que impede o crescimento do setor é a questão cambial. – Muitos empresários estão tendo de cumprir contratos formalizados no ano passado, em que o dólar estava com um patamar mais elevado.

Além disso, Cervone enumera a alta dos juros e a tributação excessiva, mas afirma que um dos principais entraves é a concorrência de produtos chineses, tanto as trocas comerciais quanto o contrabando. – O governo está sensível a esse problema tanto que a Receita (Federal) junto com a Polícia Federal têm efetuado apreensões oriundas de descaminhos.

O presidente do sindicato afirma que as empresas do setor estão bastante ansiosas para que sejam regulamentadas as salvaguardas. O texto, aprovado pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, será encaminhado à Casa Civil e deve se transformar em dois decretos, ainda sem data para entrar em vigor.

Apesar de apontar desaceleração na indústria têxtil paulista, o balanço indica um aumento de 8,1% nas exportações mantendo-a na liderança do setor no país com volume de US$ 173,5 milhões. O faturamento das 3.400 empresas vinculadas ao Sinditêxtil atingiu US$ 4,54 bilhões, no ano passado e de janeiro a maio deste ano, US$ 1,89 bilhão, o que significa um aumento de 1% sobre o mesmo período de 2004.

As exportações, em 2004, somaram US$ 415,77 milhões e nos cinco primeiros meses deste ano foram US$ 173 milhões, com alta de 8%. Já as importações totalizaram US$ 379,44 milhões e de janeiro a maio de 2005, US$ 166 milhões (20,5% de expansão).