Problemas nos aeroportos prejudicam setor hoteleiro no Rio

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Publicado terça-feira, 7 de novembro de 2006 as 12:18, por: CdB

Por causa dos cancelamentos de reservas nesses 13 dias de operação-padrão dos controladores de vôos de Brasília, o setor hoteleiro do Rio de Janeiro estima prejuízo de R$ 10,4 milhões.

Angelo Vivacqua, vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, seção Rio, informou que cerca de 4 mil reservas são suspensas por dia porque os turistas temem enfrentar atrasos e tumultos nos aeroportos.

Vivacqua calcula que o setor hoteleiro tem perdido R$ 800 mil diariamente desde o início da crise.

– Em um mês, o prejuízo será de R$ 24 milhões. Diz-se que o hotel representa um quarto da despesa do viajante. Toda a cadeia do turismo perde: o vendedor de souvenir, o restaurante, o motorista de táxi, afirmou.

Ele lembrou que o movimento nos aeroportos é menor aos sábados e domingos e que o chamado “tráfego comercial”, formado por pessoas que viajam a trabalho, é mais intenso ao longo da semana.

– Só vamos saber se a situação se normalizou hoje, amanhã, depois. Na verdade, nosso prejuízo é incomensurável porque não se pode medir quantas pessoas pensavam em viajar e simplesmente mudaram de idéia, conclui.
 
Segundo o presidente nacional da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih), Eraldo Alves da Cruz, a ocupação do setor hoteleiro foi prejudicada com quedas que variam de 25% a 50% durante o feriado prolongado de Finados. Os lugares mais afetados foram o Rio de Janeiro e Estados do Nordeste, como Natal, Fortaleza, Bahia e Pernambuco.

Os transtornos nos principais aeroportos do País começaram em 27 de outubro quando os controladores de vôo de Brasília adotaram a operação-padrão. Eles passaram a monitorar 14 aeronaves simultanemente, de acordo com o que prevê a legislação, e não 20 como vinham monitorando anteriormente.

O afastamento de oito controladores do Centro de Controle de Brasília (Cindacta-1) que trabalhavam no dia 29 de setembro, quando ocorreu o acidente entre o jato Legacy e o Boeing da Gol, sobrecarregou a equipe de Brasília e foi o estopim da crise.
 
A Aeronáutica decidiu convocar todos os 149 controladores de Brasília depois do caos nos aeroportos durante o feriado de finados e estabeleceu uma nova escala de trabalho para descongestionar o setor, o que normalizou a situação na volta do feriado.