Pressão para Vale se desfazer de ativos abate ações

As ações da Vale do Rio Doce perdiam cerca de 2% nesta quarta-feira na Bolsa de Valores de São Paulo, com forte volume de negócios. Os papéis eram pressionados pela notícia de que o Instituto Brasileiro de Siderurgia (IBS) irá defender junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que medidas restritivas sejam tomadas no processo que analisa a compra de algumas mineradoras pela Vale.

O IBS solicitou reunião com o Cade para amparar o parecer da Secretaria de Direito Econômico (SDE) divulgado no dia 14 de janeiro, que recomendava restrições e limitações às atuações da Vale, como a venda de participação em algumas empresas. A assessoria de imprensa do Cade informou que, por enquanto, não chegou a solicitação do IBS e que ainda não há data para que o processo seja julgado pelo plenário do órgao.

Às 13h17, as ações da maior produtora de minério de ferro e pelotas do mundo recuavam 1,98 %, para 66 reais a unidade, mas chegaram a perder mais de 3%durante o pregão. O movimento financeiro era superior a 135 milhões de reais, mais do que o dobro do volume da blue chip Telemar, tradicionalmente a mais negociada do pregão.

No mesmo horário, o Ibovespa avançava 0,43%, em um pregão volátil devido à briga de investidores com interesses opostos para o vencimento de índice futuro desta quarta-feira.

– Sem dúvida nenhuma o papel (da Vale) está com esse volume por causa dessa notícia (do IBS). Mas, na minha opinião, eu acho que as siderúrgicas estão fazendo nada mais que uma pressão para depois tentar negociar preço de minério – comentou Carlos Alberto Ribeiro, diretor da Novação Distribuidora.

Especialistas também acreditam que a questão não será resolvida no curto prazo. Por conta disso, prevê a corretora Planner por meio de relatório, haverá mais volatilidade nos preços das ações das empresas envolvidas.

O papel, segundo operadores, também sofria nesta quarta-feira com a venda de investidores estrangeiros, movimento que vem acontecendo desde o início deste mês, de diminuir a exposição em ações de mercados emergentes. Existe o temor de que os juros nos Estados Unidos subam ainda mais.