Ao observar o cartaz, Bolsonaro fez um sinal negativo com a cabeça e um gesto com a mão para abaixá-lo. A campanha do presidente da República tem aconselhado Bolsonaro a rever a estratégia confrontar o comando do Judiciário e de levantar suspeitas infundadas sobre as urnas eletrônicas para tentar evitar prejuízos eleitorais.
Por Redação, com FSP – de Curitiba
Com medo de um processo capaz de impedir sua candidatura, o presidente da República e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), pediu a apoiadores durante comício em Curitiba, na noite passada, que abaixassem uma faixa em favor de um golpe militar no país, com o texto: “Presidente, acione as FFAA. Nova constituição anticomunista”.
Ao observar o cartaz, Bolsonaro fez um sinal negativo com a cabeça e um gesto com a mão para abaixá-lo. A campanha do presidente da República tem aconselhado Bolsonaro a rever a estratégia confrontar o comando do Judiciário e de levantar suspeitas infundadas sobre as urnas eletrônicas para tentar evitar prejuízos eleitorais. Tanto o Supremo Tribunal Federal (STF) quanto o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e parte de seus ministros já foram alvos de ataques diretos do mandatário.
Em suas participações em entrevistas e debates, Bolsonaro tem reduzido os ataques ao processo eleitoral, mas sempre que pode critica ministros do STF, principalmente Alexandre de Moraes. Ele saiu em defesa dos empresários que foram alvo de ação da Polícia Federal (PF) ao defender um golpe de Estado, caso Luiz Inácio Lula da Silva (PT) seja eleito em outubro de 2022.
Corrupção
Bolsonaro tem, ainda, convocado apoiadores para atos no 7 de Setembro, com viés golpista. Em Curitiba, no entanto, ele não fez nenhum chamamento para o evento. No ano passado, o presidente participou manifestações golpistas, que pediam o fechamento do STF e atacavam o Congresso. O mandatário neofascista chegou a ameaçar o presidente da Corte, Luiz Fux; além de chamar de canalha o ministro Alexandre de Moraes, hoje presidente do TSE e responsável por inquéritos que envolvem o chefe do Executivo, na Corte Suprema.
Em seu discurso a seguidores, na capital paranaense, o presidente fez novos ataques ao seu principal adversário nas eleições, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista aparece em primeiro lugar nas pesquisas de intenção de voto, seguido por Bolsonaro.
— São três anos e meio de governo sem corrupção. Tem um ladrão querendo voltar à cena do crime. Não voltará. E espero que da próxima vez que voltar para a cadeia, não venha para Curitiba. Aqui não é lugar de bandido. Aqui é lugar de pessoas de bem, pessoas honestas e trabalhadoras — encerrou.