Presidente do Equador quer consulta popular para mudar a estrutura do país

O presidente do Equador, Alfredo Palacio, reiterou, nesta quarta-feira (27), quando se reuniu com representantes da missão da Organização dos Estados Americanos (OEA), que realizará uma reforma na Constituição do país por meio de uma consulta popular. Palácio disse que se encontrará com grupos organizados do país para definir as perguntas que serão incluídas na consulta, prevista para ser realizada em seis meses.

Na quarta-feira passada (20), na primeira entrevista coletiva oficial à imprensa, Palacio propôs ao país uma consulta popular:

– Que mude totalmente a estrutura da nossa nação, nos projete ao século XXI, nos projete ao futuro, mude algumas leis, como a lei eleitoral, para que possamos propor uma Assembléia Constituinte.

A missão da OEA está analisando a situação política no Equador e é liderada pelo presidente do Conselho Permanente, Alberto Borea e pelo secretário geral interino, Luigi Enaudi.

Durante o encontro, o presidente do Equador expressou a necessidade de conseguir a restituição da democratização do país. Para tanto, pediu a ajuda dos países irmãos. Palacio também expôs os antecedentes que deram origem à atual situação do país e os atos inconstitucionais do governo anterior, e garantiu que a missão integrada por 11 embaixadores de todas as regiões da América tem o respaldo das instâncias oficias do governo.

O embaixador Borea assegurou que o propósito da missão é escutar e se inteirar da situação do país, para colaborar como “irmãos latino-americanos” no processo de consolidação da democracia no Equador. O embaixador Enaudi ressaltou o dever da organização em ajudar ao máximo na reconstrução da instituição democrática do Equador.

Após a destituição de Lucio Gutiérrez, o vice-presidente Alfredo Palacio assumiu a presidência. No próximo sábado, a missão da OEA volta para Washington (EUA) e prepara seu relatório.

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, participa hoje (28) da Terceira Conferência Ministerial da Comunidade das Democracias, em Santiago, Chile, que tem como objetivo promover os princípios democráticos, apoiar os processos de transição para a democracia e promover o fortalecimento de suas instituições. Ainda esta tarde, Amorim se reúne com o ministro das Relações Exteriores do Equador, Antonio Parra Gil, com o representante do secretário geral da ONU, o ex-presidente do México, Ernesto Zedillo e com os chanceleres da Coréia, Croácia e Espanha.

Nesta quinta-feira, Amorim segue para o Equador, onde deve continuar as conversas com o ministro das Relações Exteriores daquele país e se encontrar com o presidente Alfredo Palácio.