Presidente do BNDES admite que financiou menos do que esperava

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Publicado quinta-feira, 4 de novembro de 2004 as 22:15, por: CdB

O Presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, Carlos Lessa, afirmou hoje que “está se reduzindo a timidez dos grandes empresários brasileiros” em busca de financiamento. Apesar disso, admitiu que os desembolsos da instituição até agora são inferiores ao que ele esperava. E acenou, inclusive, para a eventualidade de o BNDES não realizar o orçamento programado para 2004.

Carlos Lessa revelou ter sinais de que os grandes empresários já começam a buscar recursos para investimento, em especial de novos setores como metalurgia, siderurgia, plásticos, cosméticos e estaleiros. Disse, porém, que de seis a oito meses transcorrem entre o momento de entrada das cartas-consulta no banco e a assinatura de contrato com liberação dos recursos para operações importantes. Daí ser bastante provável que os desembolsos para esses novos grandes projetos só ocorram em 2005. Essa possibilidade dificulta ao BNDES realizar o orçamento previsto para este ano, de R$ 47,3 bilhões, que representa acréscimo de 42% em relação ao do ano passado, admitiu Lessa.

O presidente do BNDES avaliou que os empresários iriam responder com mais dinamismo à procura por financiamento para investimentos se houvesse um sinal mais forte em relação à Taxa de Juros de Longo Prazo praticada pelo Banco, hoje de 9,75% ao ano. Em janeiro deste ano, Lessa pediu ao Conselho Monetário Nacional a redução da TJLP, àquela época de 10%, para 8%, para sinalizar aos grandes empresários que “nós vamos em frente”. Quando a resposta veio, meses depois, diminuiu a taxa para 9,75%, que permanece até hoje, lembrou Lessa.

Os desembolsos referentes ao acumulado janeiro/ outubro atingem, em números preliminares, cerca de R$ 31 bilhões. Somado aos recursos extraordinários, o montante sobe para R$ 33 bilhões. O BNDES divulgará as liberações efetuadas até agora na próxima semana. Carlos Lessa disse não estar satisfeito com os resultados apresentados. “Eu quero mais. Eu quero esse Brasil muito robusto”.