Presidente da Lituânia luta para permanecer no poder

Arquivado em: Arquivo CDB
Publicado quarta-feira, 12 de novembro de 2003 as 23:19, por: CdB

O presidente da Lituânia, Rolandas Paksas, lutava nesta quarta-feira para continuar no poder após terem sido feitas acusações de que seu governo teria ligações com mafiosos russos.

– O laço está cada vez mais apertado ao redor da gangue de Paksas – afirmou o maior jornal do país, Lietuvos Rytas. Em 2004, a Lituânia deve ingressar na União Européia (UE) e na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

Segundo analistas, o escândalo manchou a imagem do pequeno país do Báltico. O presidente, que nega ter cometido ilegalidades e rechaça a renúncia, tentou nesta quarta-feira abafar o escândalo detonado por um relatório de um departamento de segurança que ligava seu gabinete e conselheiro nacional para a área de segurança ao crime organizado da Rússia.

O documento também disse que a Lituânia estava sendo usada como uma fachada para o tráfico de armas e para o financiamento de organizações terroristas. Tanto Paksas quanto o ministro de Defesa do país, Linas Linkevicius, negaram a acusação.

Um porta-voz do presidente disse nesta quarta-feira que todos os seis conselheiros do governo haviam entregado pedidos de renúncia a Paksas, dando-lhe liberdade para escolher quem deveria ser mantido no cargo e quem não. O presidente também suspendeu o assessor para a área de segurança, citado no relatório.

O primeiro-ministro Algirdas Brazauskas parece ter tentado inicialmente acalmar os ânimos dizendo que o documento não apresentava fundamentos para o impeachment de Paksas. Mais recentemente, porém, o premier parece ter mudado de idéia. Na quarta-feira à noite, Brazauskas defendeu uma solução rápida para a crise.

O presidente lituano foi eleito democraticamente, mas seus poderes limitam-se basicamente a supervisionar a política externa do país.