Presidente da CNI critica novo aumento da taxa de juros pelo Copom

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Publicado quarta-feira, 17 de novembro de 2004 as 21:56, por: CdB

A Confederação Nacional da Industria (CNI) criticou, esta noite, a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), de manter a estratégia de elevação da taxa básica de juros (Selic), ao aprovar aumento de 16,75% para 17,25% ao ano (0,5 ponto percentual). Em nota à imprensa, o presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, diz que “a indústria assiste, com preocupação, o aprofundamento do aperto monetário em curso pelo Banco Central”.

Segundo Monteiro Neto, não há ameaças à estabilidade da inflação por causa de excesso de demanda na economia. Ele diz ainda que a recuperação da demanda doméstica é importante para solidificar a confiança necessária para alavancar o investimento produtivo. “Essa é a condição necessária para ocrescimento em bases permanentes. A alta em seqüência dos juros podecomprometer esse ambiente com impacto negativo para o crescimento
futuro”, diz a nota.

De abril até setembro, a Selic foi mantida em 16%. A partir de setembro, o Banco Central iniciou uma política de elevação gradual da taxa, que naquele mês passou para 16,25% e em outubro, para 16,75%. A justificativa é de que é preciso utilizar a política de juros altos para controlar o preço. A Selic influencia a fixação das taxas do mercado, como o crediário. Ao elevar a taxa básica, o BC pretende conter o excesso no consumo.

O que os empresários do setor industrial alegam é que a situação econômica do país ainda não dá margem para o consumo excessivo, capaz de pressionar a inflação. Para eles, ao contrário, o governo precisa aquecer o mercado consumidor para produzir mais e, assim, obter o crescimento econômico esperado.