Presidenta será cassada “pelo conjunto das circunstâncias”, afirma Kassab

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Publicado quarta-feira, 24 de agosto de 2016 as 11:05, por: CdB

Sobre o fato de ex-aliados que passaram a apoiar o golpe de Estado, liderado por Temer, como é o caso dele, Kassab disse que é preciso “compreender as circunstâncias das questões”

 

Por Redação – de São Paulo

 

Para o ministro provisório da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, o Brasil já vive um regime semiparlamentarista e aposta que o impeachment da presidenta Dilma Rousseff será aprovado “pelo conjunto das circunstâncias”. Kassab, citado em investigações da Polícia Federal em operações em curso, aponta crime na administração anterior e presume que este fato, aliado à insatisfação dos parlamentares, resultará na cassação do mandato de Dilma.

— Para aqueles que defendem o parlamentarismo, esse impeachment vai mostrar que nós estamos vivendo num semiparlamentarismo. O governo que não tiver um terço da Câmara dos Deputados passará por um processo de impeachment. É o que aconteceu — declarou o ex-ministro de Dilma.

Kassab assumiu ministério na gestão Temer, depois de servir na equipe da presidenta Dilma
Kassab assumiu ministério na gestão Temer, depois de servir na equipe da presidenta Dilma

Sobre o fato de ex-aliados que passaram a apoiar o golpe de Estado, liderado por Temer, como é o caso dele, Kassab disse que é preciso “compreender as circunstâncias das questões” e destaca que o PSD posicionou a favor da liberação dos parlamentares para se votar como quisesse no Congresso, em relação ao impeachment.

— Essa decisão foi muito respeitada, seja internamente no governo, seja pela sociedade brasileira. O partido, também por ampla maioria, decidiu participar do governo. E eu acho correto que tenha tido essa postura — afirmou, em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, no SBT.

Presidenciáveis de Kassab

Em relação à eleição presidencial de 2018, Kassab afirma que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, “tem todas as credenciais para ser um candidato”. Ele também citou os tucanos José Serra, ministro das Relações Exteriores, Aécio Neves, senador e presidente do PSDB e Geraldo Alckmin, governador de São Paulo. Elencou ainda o ex-presidente Lula (PT), a ex-senadora Marina Silva (Rede) e o ex-ministro da Fazenda Ciro Gomes (PDT).

Em entrevista ao SBT, Kassab afirma que o governo Temer não usará o BNDES para socorrer a Oi, empresa de telefonia que pediu recuperação judicial. “Nós não vamos investir recursos públicos para ajudar uma empresa que pode quebrar”, declara.

Kassab avalia que a gravidade da crise levará o Congresso a aprovar as propostas do governo Temer de reforma da Previdência e de criação de um teto para limitar o crescimento dos gastos públicos. Ele entende que os projetos serão aprovados como deseja a equipe econômica: “Não há país que saia de uma crise econômica sem adotar medidas duras num primeiro momento”.
A seguir, a íntegra em vídeo e texto da entrevista, concedida na tarde de segunda-feira em São Paulo:

Assista, a seguir, à íntegra da entrevista: