Presa no Rio auditora que dava suporte a fraudadores do INSS

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Publicado sexta-feira, 6 de maio de 2005 as 14:09, por: CdB

A Força-Tarefa integrada pelo Ministério Público Federal, Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e Polícia Federal para combater as fraudes contra a Previdência Social, prendeu nesta sexta-feira a auditora fiscal do INSS Maria Auxiliadora de Vasconcelos, acusada de integrar uma quadrilha que teria fraudado a Previdência Social em cerca de R$ 3 bilhões.

Maria Auxiliadora é presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais (Sinsera) e, de acordo com a denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal, ela fazia contato com a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, a Firjan, para que a entidade indicasse empresas que estariam dispostas a pagar propinas a auditores fiscais para não serem fiscalizadas.

Segundo o Ministério Público Federal, Maria Auxiliadora dava suporte aos 13 fiscais presos desde fevereiro, acusados de fraudes contra a Previdência. “Somente em nove empresas, Maria Auxiliadora deu um prejuízo de R$ 9 milhões aos cofres públicos ao deixar de lançar débitos em troca de propinas. No ano passado, a fiscal teria tido uma movimentação financeira de R$ 1 milhão e entre seus bens estão 10 imóveis e três carros, sendo dois importados, o que seria incompatível com o salário que recebe”, diz a nota divulgada pelo órgão.

Maria Auxiliadora foi presa às 6h30 em sua casa, na Barra da Tijuca. Segundo o delegado Luiz Sérgio de Souza Góes, coordenador da Força-Tarefa, a fiscal não reagiu à prisão. Em sua casa e também na sede do sindicato, no centro da cidade, foram apreendidos documentos fiscais e copiados arquivos de computadores. Maria Auxiliadora vinha sendo investigada desde que seu nome foi arrolado como testemunha de defesa de dois dos 13 auditores presos. A mulher foi encaminhada ao presídio Nelson Hungria, o Bangu 7.

De acordo com o delegado Góes, agora as investigações vão se concentrar nas 109 empresas envolvidas no esquema de fraude. A Força-Tarefa quer saber se os empresários foram vítimas de extorsão ou se teriam pago propinas para terem seus débitos com o INSS cancelados.