Presa auditora do INSS acusada de rombo de R$ 9 milhões na Previdência

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Publicado sexta-feira, 6 de maio de 2005 as 10:59, por: CdB

A auditora fiscal do INSS, Maria Auxiliadora de Vasconcellos, foi presa nesta sexta-feira pela Força-tarefa integrada pelo MPF, INSS e Polícia Federal, através da operação Sinceridade. A denúncia foi oferecida pelo Ministério público que, através do procurador da República Fábio Aragão, decretou a prisão preventiva da auditora, denunciada por corrupção passiva.

Também foram feitas buscas e apreensões de documentos no domicílio da auditora e no Sindicato dos Auditores Fiscais, denominado Sinsera, do qual ela é presidente. Maria Auxiliadora passou a ser investigada após um monitoramento telefônico realizado pela Força-tarefa no qual é identificado um esquema de corrupção envolvendo vários Fiscais da Previdência que receberiam dinheiro de empresários. De acordo com a denúncia, o Sindicato estabelecia contatos com a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) para que esta indicasse empresas que estariam dispostas a pagar propinas a vários auditores para não serem fiscalizadas.

A auditora fiscal é acusada de dar suporte à quadrilha dos 13 fiscais, já presos desde fevereiro, acusados de causar rombo bilionário na Receita Previdenciária, segundo informações da assessoria de Comunicação Social da Procuradoria da República no Estado do Rio de Janeiro.

Somente em nove empresas a fiscal Maria Auxiliadora deu um prejuízo de R$ 9 milhões aos cofres da Previdência, ao deixar de lançar débitos em troca de propinas. Estima-se que a Receita Previdenciária tenha sido lesada, ao todo, em cerca de R$ 3 bilhões na máfia dos fiscais do INSS. De acordo com a Receita Federal, a movimentação financeira da auditora fiscal também não é compatível com o salário que recebe. Entre os bens, estão 10 imóveis e três carros, dois importados.

– O Sindicato recebia propinas através de uma ‘caixinha’ da Firjan. Há indícios também de que o Sindicato Sinsera foi criado como fachada para obtenção de vantagens ilícitas e propinas e que teria sido responsável pela proteção ao fiscal Francisco José, foragido na ocasião do pedido de prisão preventiva dos 13 fiscais – declara o procurador Fábio Aragão.