Premier norte-coreano vai à China conhecer milagre econômico

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Publicado terça-feira, 22 de março de 2005 as 10:26, por: CdB

O primeiro-ministro da Coréia do Norte, Pak Pong-ju, deu início nesta terça-feira a uma visita à China que poderá ser determinante para convencer o governo norte-coreano a retomar as negociações sobre seus programas nucleares.

A visita iniciou-se horas depois de a Coréia do Norte ter anunciado uma expansão de seu arsenal atômico e ter dito estar preparada militarmente para rechaçar quaisquer “manobras provocativas”.

O premier é o tecnocrata responsável por coordenar as reformas econômicas realizadas pelo governo norte-coreano e visita a China para estudar o milagre econômico do país vizinho e maior aliado.

A visita acontece um dia depois de a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, ter concluído um tour de 24 horas à China, ao final de uma viagem pela Ásia. Ela pressionou pela retomada do processo de negociação com a Coréia do Norte, que além desses três países envolve também a Coréia do Sul, o Japão e a Rússia.

Os chineses já foram os anfitriões para três rodadas inconclusivas dessas negociações e uma quarta rodada, planejada para o final de 2004, nunca aconteceu.

Nesta segunda-feira, Rice deu indícios de que os EUA podem recorrer a sanções contra a Coréia do Norte, afirmando em uma entrevista coletiva que os norte-americanos teriam de avaliar outros mecanismos de atuação caso o país asiático continuasse recusando-se a negociar.

Liu Jianchao, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, pediu por pragmatismo, paciência, flexibilidade e sinceridade a fim de facilitar a retomada do processo.
No mês passado, a Coréia do Norte reconheceu oficialmente pela primeira vez que possuía armas nucleares, afirmando tê-las desenvolvido para enfrentar o que considera ser uma política hostil adotada pelos EUA.

Nesta segunda-feira, enquanto Rice regressava a Washington, meios de comunicação norte-coreanos disseram que o país havia concretizado a ameaça de aumentar ainda mais seu arsenal atômico.

-Estamos preparados para mobilizar todas as nossas forças militares contra qualquer medida provocativa adotada pelo inimigo – disse a Coréia do Norte.