Premiê japonês quer aproximação com China e Coréia do Sul

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Publicado sexta-feira, 29 de setembro de 2006 as 11:28, por: CdB

Novo primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe afirmou nesta sexta-feira que está determinado a reparar as relações do país com seus vizinhos asiáticos. Em seu primeiro discurso sobre políticas de governo desde a posse, Abe afirmou que quer estreitar os laços com China e com Coréia do Sul para firmar “relações de confiança”. Nos últimos dias, tem se especulado que Abe irá para Seul já na semana que vem, para uma cúpula com o presidente sul-coreano Roh Moo-hyun.

Os dois líderes conversaram por telefone recentemente e acertaram um encontro para “breve”.O premiê disse na Casa dos Representantes no Parlamento japonês que pretende dar ênfase ao patriotismo e trabalhar duramente no plano doméstico, mas com uma presença mais firme no cenário exterior.Relações deterioradasAs relações do Japão com China e Coréia do Sul se deterioram bastante depois da chegada ao poder de Junichiro Koizumi, antecessor de Shinzo Abe, em 2001.

Os dois países ficaram furiosos com as polêmicas visitas de Koizumi ao templo de Yasukuni, que homenageia alguns criminosos de guerra, entre outros japoneses mortos. Abe ainda não deixou claro se vai continuar a visitar o templo. Sobre a Coréia do Norte, Abe descartou a retomada de relações diplomáticas com o país até que se resolva a questão dos seqüestros de cidadãos japoneses nos anos 70 e 80. O premiê prometeu cooperar com os Estados Unidos nas relações de segurança e na questão norte-coreana.

Discurso nacionalista

O discurso no Parlamento serviu para Abe reafirmar sua imagem de um político conservador e nacionalista.O premiê disse que pretende agilizar a revisão da constituição pacifista do país e uma reforma educacional que promove o patriotismo nas escolas.

– O tempo chegou para que nosso país se mova em direção a uma diplomacia afirmativa baseada em um novo pensamento – disse.

Abe, que é o primeiro chefe de governo japonês nascido após a Segunda Guerra, disse que é necessária uma constituição “mais adequada à nova geração”. Ele manifestou a intenção de continuar as reformas econômicas do seu antecessor e prometeu cortar gastos do governo, em vez de aumentar impostos.