Prefeito tem mandato cassado na Bahia

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Publicado sexta-feira, 5 de dezembro de 2003 as 10:03, por: CdB

O mandato do prefeito de Amargosa, Rosalvo Jonas Borges Sales (PTB), que estava afastado, foi cassado nesta quinta-feira, por unanimidade, pela Câmara de Vereadores, numa sessão tranqüila onde os nove vereadores presentes votaram a favor, informou A Tarde. O motivo da cassação foi falta de decoro parlamentar, omissão na defesa do erário público e prática de atos ilegais.
    

A população comemorou nas ruas a cassação do ex-prefeito com muita euforia. Um carro de som e a presença do atual prefeito Carlos Raymundo e vereadores atraíram as pessoas que, com muita emoção, cantaram o Hino Nacional na Praça Lourival Monte, que ficou sem espaço. A presidente da Câmara, Suzane Andrade (PFL), baixou decreto legislativo comunicando a cassação de Rosalvo Sales.
    

Ela informou que o prefeito perdeu seus direitos políticos por dez anos.

-Mesmo cabendo recurso na Justiça, temos certeza de que ele não volta mais. E ficará sem salário, pois mesmo afastado ele recebia-disse.

A posse definitiva do novo prefeito de Amargosa, Carlos Raymundo, ainda não está marcada.
    

 O vereador Lauro Faustino, em depoimento no plenário, lembrou que o deputado federal ACM Neto (PFL), numa visita a Amargosa, afirmou de público que “se o prefeito Rosalvo Sales caísse ele também cairia”. O ex-prefeito foi afastado em virtude de uma Ação Civil Pública proposta por liminar do promotor de Justiça da Comarca, Ivan Carlos Novaes Machado, concedida pela juíza Rosemunda Barreto, em agosto último.
    

A Ação Civil Pública teve como base as denúncias de cidadãos, vereadores e da presidente da Câmara, Suzane Andrade, encaminhadas ao Ministério Público (MP). O promotor Ivan Carlos Machado requereu o afastamento do ex-prefeito em outubro deste ano, proibindo o acesso de Rosalvo à prefeitura até a conclusão do julgamento dos processos.
   

Segundo o promotor, das 12 denúncias de improbidade administrativa que pesam contra o prefeito cassado estão a emissão de 1.163 cheques sem provisão de fundos, em nome da Prefeitura de Amargosa; desvio de verbas, fraudes em licitações e, uma das principais acusações contra o prefeito, a manutenção de um “Caixa dois” em nome da prefeitura, em conta aberta no Banco do Brasil em maio de 2001, não declarada ao Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).