Prefeita de SP pede a Lula medidas para baratear custo dos transportes

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Publicado quarta-feira, 15 de outubro de 2003 as 12:37, por: CdB

 A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy, pediu nesta quarta-feira ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o governo adote uma ação concreta para aliviar o preço dos transportes para a população de baixa renda. A população carente hoje, segundo a prefeita, acaba pagando pela gratuidade que o sistema de transporte público oferece. Citou como exemplo o caso dos idosos. O pedido foi feito durante uma reunião, esta manhã, no Planalto, à qual compareceu também o ministro Antônio Palocci.

Palocci sugeriu, segundo Marta Suplicy, que mais interessante do que uma redução no preço do diesel – que diminuiria o preço das passagens – seria um aumento no repasse da Contribuição sobre Intervenção do Domínio Econômico (Cide) para os municípios. “Eu coloquei que, para as prefeituras, esses 6% da arrecadação, que é o que está destinado hoje, é muito pouco e não vai fazer diferença”, disse a prefeita paulistana.

Marta pediu, em nome dos prefeitos, que seja criado um fundo com os recursos da Cide e que os municípios tenham um repasse maior dos recursos desse fundo. Segundo ela, o presidente e o ministro Palocci gostaram da sugestão e se comprometeram a estudar o assunto.

Outro assunto tratado na reunião foi o empréstimo de cerca de R$ 500 milhões do BNDES para a Prefeitura de São Paulo. O empréstimo, que seria apreciado ontem, pelo Congresso Nacional, teve sua votação adiada. A prefeita lembrou que este empréstimo é de 1999 e faz parte da rolagem da dívida de São Paulo.

“A cidade não pode fazer empréstimos pelos próximos 30 anos e paga 13% de seu orçamento todo mês em dívidas. É perfeitamente justo que a cidade que mais contribui com o orçamento da União tenha, na rolagem de sua dívida, a possibilidade de fazer um empréstimo, que será aplicado no setor de transportes”, afirmou.

A prefeita não quis comentar a votação realizada ontem, na Câmara Municipal de São Paulo, que decidiu arquivar o processo contra a vereadora Myriam Athié, do PPS, acusada de receber propina de empresas de ônibus. “Isso faz parte do Legislativo e eu não acompanhei de perto”, disse.