Preços disparam e inflação é a maior para o mês em 27 anos, revela o IBGE

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Publicado quarta-feira, 27 de abril de 2022 as 16:06, por: CdB

Por Redação – do Rio de Janeiro

Puxada pela gasolina, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) acelerou para 1,73% em abril, informou nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da maior variação para o mês em 27 anos. Ou seja, desde abril de 1995 (1,95%), período inicial do Plano Real. Em março de 2022, o IPCA-15 havia subido 0,95%, conforme adiantou o Correio do Brasil.

Inflação
Segundo o IBGE, as famílias de renda baixa e média baixa são as que sofrem mais com as maiores taxas de inflação

Com a entrada dos dados de abril, o IPCA-15 passou a acumular alta de 12,03% em 12 meses. É a maior desde novembro de 2003 (12,69%). Até março deste ano, estava em 10,79%. Índice oficial de inflação no Brasil, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) também é divulgado pelo IBGE.

Reflexos

Como a variação do IPCA é calculada ao longo do mês de referência, o dado de abril ainda não foi totalizado e será divulgado no dia 11 de maio. O IPCA-15, pelo fato de ser calculado antes, sinaliza uma tendência para os preços. O indicador prévio é formado entre a segunda metade do mês anterior e a primeira metade do mês de referência da divulgação.

Os preços para o índice foram coletados de 17 de março a 13 de abril. Isso significa que a pesquisa captou reflexos econômicos da fase inicial da guerra entre Rússia e Ucrânia. De acordo com o IBGE, oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados no IPCA-15 tiveram alta de preços em abril. A maior variação (3,43%) e o principal impacto (0,74 ponto percentual) vieram justamente dos transportes, que aceleraram em relação a março (0,68%).

O resultado do grupo foi influenciado pelo aumento dos combustíveis (7,54%). A gasolina teve alta de 7,51%. Assim, respondeu pelo maior impacto individual no IPCA-15 do mês (0,48 ponto percentual). Também houve altas no óleo diesel (13,11%), no etanol (6,60%) e no gás veicular (2,28%).

Escalada

A cenoura foi o item que mais encareceu no acumulado de 12 meses, com uma alta de 195%, segundo os dados divulgados do IBGE sobre a escalada dos preços. Antes dela estão o tomate (117,48%) e a abobrinha (86,83%). O café moído, o quarto item que mais subiu no período, teve aumento de 65,09%.

Para comparação, o salário mínimo em abril de 2021 era R$1.100, enquanto em abril deste ano é R$1.121, uma alta de 10,18%, ou seja, o seu crescimento ficou abaixo de 178 dos mais de 400 produtos aferidos pelo IBGE. Nove itens subiram mais de 50% no acumulado de um ano. Entre eles, apenas o óleo diesel (52,53%) não está na categoria dos alimentos.

O transporte por aplicativo, na décima posição do ranking, aumentou 47,47%. Ainda em transportes, as passagens aéreas, que haviam recuado em março (-7,55%), subiram 9,43% em abril. Já os preços do seguro voluntário de veículo (3,03%) aceleraram pelo oitavo mês consecutivo, acumulando avanço de 23,46% em 12 meses. Táxis (4,36%), passagens de metrô (1,66%) e ônibus urbanos (0,75%) tampouco escaparam da carestia.

Alimentação

O segmento de alimentação e bebidas veio na sequência dos grupos, atrás de transportes. A alta nesse ramo foi de 2,25%, com impacto de 0,47 percentual no IPCA-15. O resultado de alimentação e bebidas foi puxado pelos itens consumidos no domicílio (3%), com destaques para tomate (26,17%) e leite longa vida (12,21%). Os dois produtos contribuíram com 0,16 ponto percentual no resultado do IPCA-15.

No início deste ano, a produção de alimentos foi impactada pelo clima adverso no Brasil. Chuvas fortes no Nordeste e no Sudeste e uma estiagem no Sul castigaram plantações diversas. Assim, geraram reflexos sobre a oferta e os preços da comida.

Juntos, os grupos de transportes e alimentação e bebidas responderam por cerca de 70% do IPCA-15 em abril, diz o IBGE. Na comparação entre diferentes meses, a alta de 1,73% é a maior do índice desde fevereiro de 2003 (2,19%). No acumulado de 12 meses, o indicador prévio está bem acima da meta de inflação perseguida pelo Banco Central (BC) para o IPCA. O centro da medida de referência é de 3,50% em 2022. Já o teto foi definido em 5%.

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