Porta-voz de Navalny acusa Moscou de não entregar corpo

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Publicado sábado, 17 de fevereiro de 2024 as 14:18, por: CdB

A morte de Navalny, que cumpria pena por “extremismo” e ganhara popularidade no início da década passada com uma plataforma anticorrupção, é investigada pelo Comitê de Inquérito da Rússia, órgão tido por opositores como leal a Putin.

Por Redação, com ANSA – de Moscou

A colônia penal onde Alexei Navalny estava encarcerado informou à mãe e ao advogado do dissidente russo que ele foi vítima de “síndrome de morte súbita” e que seu corpo não será entregue até o fim das investigações.

Homenagens a Alexei Navalny em Amsterdã, na Holanda

A informação foi publicada no X (antigo Twitter) por Ivan Zhdanov, que dirige a fundação anticorrupção do líder de oposição.

– Quando o advogado e a mãe de Alexei chegaram à colônia penal nesta manhã, foi dito a eles que a causa do falecimento foi síndrome da morte súbita – escreveu o aliado de Navalny.

Esse termo é geralmente utilizado para descrever problemas cardíacos que provocam uma parada repentina no coração.

Pouco antes, a porta-voz do dissidente, Kira Yarmysh, havia acusado a Rússia de “mentir” sobre as causas da morte e de não entregar o corpo para a família.

Ao anunciar a morte de Navalny, na última sexta-feira, o serviço penitenciário federal disse que o opositor faleceu após perder a consciência subitamente durante uma “caminhada” na cadeia, porém o órgão não deu mais detalhes sobre o caso, o que levantou suspeitas de um possível envolvimento do regime de Vladimir Putin.

– A Rússia está fazendo de tudo para não entregar o corpo – escreveu Yarmysh no Telegram. Os colaboradores do dissidente também afirmaram que o cadáver não está no necrotério que havia sido indicado pela penitenciária de Kharp, na Sibéria.

“Extremismo”

A morte de Navalny, que cumpria pena por “extremismo” e ganhara popularidade no início da década passada com uma plataforma anticorrupção, é investigada pelo Comitê de Inquérito da Rússia, órgão tido por opositores como leal a Putin.

Enquanto isso, mais de 200 pessoas foram presas em manifestações pró-Navalny desde a última sexta, segundo a ONG de direitos humanos OVD-Info, sendo mais de 100 apenas em São Petersburgo e cerca de 40 em Moscou.

A morte do opositor, no entanto, recebeu uma cobertura discreta por parte da imprensa estatal na Rússia.

As TVs do governo deram pouco espaço à notícia e sem se aprofundar na figura de Navalny ou sobre os motivos pelos quais ele estava na cadeia.

O dissidente, por outro lado, foi homenageado com um minuto de silêncio em uma reunião dos ministros das Relações Exteriores do G7 em Munique, na Alemanha, neste sábado.

– A Rússia deve esclarecer essa morte e interromper a repressão inaceitável às discordâncias políticas – cobrou o chanceler e vice-premiê italiano, Antonio Tajani.

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