Popularidade de Bolsonaro naufraga, desde a fuga para os EUA

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Publicado terça-feira, 10 de janeiro de 2023 as 18:42, por: CdB

e acordo com o indicador, Bolsonaro registrou nessa segunda-feira a marca de 21 pontos, numa escala que varia de 0 a 100. Sendo que no sábado, um dia antes da ação dos vândalos, seu desempenho estava na casa dos 40 pontos.

Por Redação, com BdF – de São Paulo

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atingiu o menor nível de popularidade na internet dos últimos quatro anos, após os atos de vandalismo de seus apoiadores ao Palácio do Planalto, ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesse domingo. É o que revela o Índice de Popularidade Digital (IPD), calculado diariamente pela empresa de pesquisa e consultoria Quaest.

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De acordo com o indicador, Bolsonaro registrou nessa segunda-feira a marca de 21 pontos, numa escala que varia de 0 a 100. Sendo que no sábado, um dia antes da ação dos vândalos, seu desempenho estava na casa dos 40 pontos. O IPD é calculado por meio de um algoritmo de inteligência artificial que coleta e processa 152 variáveis das plataformas Twitter, Facebook, Instagram, YouTube, Wikipédia e Google.

Nessa métrica, são consideradas a fama (número de seguidores), o engajamento (comentários e curtidas por postagem), a mobilização (compartilhamentos), a valência (proporção de reações positivas e negativas) e o interesse (volume de buscas).

Oposição

Até agora, o pico da popularidade do ex-presidente havia sido em 7 de outubro do ano passado, entre o primeiro e o segundo turno. Na época, Bolsonaro chegou a 88,1 pontos. Sua melhor perfomance desde que o IPD passou a ser medido diariamente, em janeiro de 2019. A queda, contudo, sinaliza que o saldo dos atos terroristas foi negativo para o ex-mandatário em terreno que lhe é caro, o virtual.

— Se o objetivo das manifestações era atingir a governabilidade do presidente Lula, o que aconteceu foi que os atos atingiram a credibilidade do bolsonarismo, dificultando o trabalho da oposição, já que ela está sendo associada àqueles eventos — destacou o diretor da Quaest, Felipe Nunes, professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e cientista político.

O histórico do IPD também mostra que a popularidade de Bolsonaro nas redes já vinha em queda desde sua derrota para o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Apenas nos primeiros dias de mandato, Lula teve 70 pontos no monitoramento digital, enquanto o ex-presidente seguiu numa média de 40 pontos. De acordo com o pesquisador ao jornal, perder a influências nas redes sociais “é uma derrota significativa para Bolsonaro”, que ascendeu e se estabeleceu a partir da agitação nesse ambiente.

Espaço digital

A queda, ainda segundo Nunes, revela um racha na base bolsonarista e incerteza sobre o seu potencial mobilizador. O especialista avalia que a postura dúbia de Bolsonaro, que se calou por semanas após a derrota nas urnas e só voltou a falar para, de maneira indireta, insuflar ainda mais seus seguidores a acirrar atos antidemocráticos, além da viagem para os Estados Unidos antes do término do mandato, dividiram o capital político do ex-presidente no espaço digital.

O monitoramento identifica que Bolsonaro se desidratou principalmente no quesito valência. Nesse caso, há mais comentários negativos sobre ele do que positivo.

— E também porque ele não consegue, ou não quer, produzir uma articulação mais coordenada. Em resumo, ele perde um ativo que foi importantíssimo para ele na Presidência da República — destaca o diretor da Quaest.

Ainda segundo o pesquisador, “a base bolsonarista hoje está rachada, e dividir a base resulta em perda”.

— Todas as vezes ao longo da campanha eleitoral que Bolsonaro radicalizou o discurso, a popularidade caiu. Agora, com seu nome associado aos eventos em Brasília, ele acaba prejudicado na seara digital — conclui o pesquisador.

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