Centenas de policiais voltaram às ruas de Bagdá para trabalhar sob a supervisão das forças americanas.
Viver numa cidade sem lei nem ordem foi o primeiro problema para os moradores desde a chegada das forças da coalizão.
Oficiais foram orientados a jogar fora os uniformes usados até a queda do regime de Saddam Hussein e a vestir calça social e camisa branca.
Antes, um número limitado de policiais já havia voltado ao trabalho, mas a movimentação do fim-de-semana foi vista como um novo estágio para restaurar a ordem na caótica capital do Iraque.
Saques
Ao mesmo tempo que a polícia voltou, os saqueadores também intensificaram as ações.
Um grupo entrou num palácio para levar o que ainda havia restado depois das últimas invasões.
Centenas de soldados compareceram à academia de polícia para se registrar.
A maioria estava desarmada, apesar das forças da coalizão terem concordado que eles poderiam usar armas se tivessem.
A correspondente da BBC no Iraque Claire Marshall disse que mal dava para notar a presença dos policiais nas ruas. As rondas de rotina ainda eram feitas pelos soldados americanos.
Praticamente não há estrutura para organizar uma força policial efetiva, de acordo com a correspondente.
Muitas delegacias de polícia foram incendiadas e saqueadas, há roubos todos os dias e muitos moradores de Bagdá sentem a necessidade de carregar suas próprias armas para se defenderem.
Neste domingo, o policiamento de trânsito também recomeçou.
Alguns dos policiais que voltaram ao trabalho disseram estar desapontados com o desempenho das forças americanas, que estariam fazendo pouco para restaurar a ordem.
“Os americanos são os culpados pelo caos”, disse Ali Rahim. “Eles não escolheram um iraquiano para controlar a situação”.