Polícia quer saber quem ajudou Vilma no seqüestro de Roberta Jamilly

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Publicado segunda-feira, 12 de maio de 2003 as 15:04, por: CdB

O delegado Antônio Gonçalves, da Delegacia de Investigações Criminais (Deic), acredita que a prisão de Vilma Martins o ajudará a montar o último pedaço do quebra-cabeças em que se transformou os casos de seqüestros dos bebês Pedrinho e Fernanda Aparecida.

– Ainda falta saber quem ajudou a Vilma no rapto da Aparecida Fernanda, registrada como Roberta Jamilly -, disse o titular da Deic.

A mulher, que ainda está sendo procurada, é morena e vestia um jaleco azul no momento em que retirou da maternidade o bebê, com dois dias de vida, momentos depois de a empresária sair pela porta da frente da unidade, em 1979, em Goiânia.

– Esta é a terceira fase das investigações e do inquérito policial envolvendo a empresária -, afirmou.

Um exame de DNA revelou que Roberta Jamilly, registrada como filha de Vilma Martins e do fazendeiro Jamal Rassi, é na verdade Fernanda Aparecida, filha de Francisca Maria Ribeiro da Silva.

A suspeita da polícia é que essa mulher poderia não só ter tirado a criança dos braços da mãe, como também ter levado o bebê até o Hospital Paulo de Tarso, em Itaguari. Foi neste hospital que a empresária Vilma Martins, com ajuda do médico Rubens Rodrigues, já falecido, forjou a cesariana de Roberta Jamilly Martins Borges, hoje com 24 anos. Depois, em 1981, a menina foi registrada como tendo sido criada e registrada, como filha legítima, pela empresária. Enfermeiras que trabalhavam no hospital de Itaguari na época disseram à polícia que uma mulher morena, usando lenço na cabeça, deixou a criança na unidade e desapareceu.

A farsa produziu outras conseqüências. Durante 20 anos, o fazendeiro Jamal Rassi acreditou ser o pai de Roberta Jamilly. Com a descoberta do caso pela polícia, o fazendeiro processou a empresária. Ele quer indenização por danos morais e materiais. Durante vários anos, disse ele, foi obrigado a dar dinheiro para sustentar a filha que não era sua.