Polícia investiga morte de adolescente infrator em unidade de internação

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Publicado quarta-feira, 14 de dezembro de 2016 as 11:49, por: CdB

De acordo com a polícia, os internos resolveram espancar a vítima no banheiro da unidade com chutes, socos e estrangulamento porque o consideravam um delator

Por Redação, com ABr – do Rio de Janeiro:

Um adolescente foi morto no dentro do Centro de Atendimento Intensivo de Belford Roxo (CAI-Baixada), uma unidade de internação para infratores, na Baixada Fluminense. Policiais da Delegacia de Homicídios da Baixada identificaram e apreenderam na madrugada desta quarta-feira cinco adolescentes por suspeita de participação na morte do interno.

Um adolescente foi morto no dentro do Centro de Atendimento Intensivo de Belford Roxo (CAI-Baixada)
Um adolescente foi morto no dentro do Centro de Atendimento Intensivo de Belford Roxo (CAI-Baixada)

Informações obtidas durante investigações preliminares apontam que a vítima foi espancada por outros internos que dividiam a cela com ele. O jovem foi encaminhado para a enfermaria da unidade, mas acabou morrendo.

De acordo com a polícia. Os internos resolveram espancar a vítima no banheiro da unidade com chutes, socos e estrangulamento porque o consideravam um delator. A Polícia Civil informou que os cinco adolescentes confessaram a participação no homicídio.

Crime organizado

Policias civis e militares do Rio foram presos no dia anterior na Operação Stelio por crimes de organização criminosa, extorsão, roubo, falsidade ideológica, coação e violação de sigilo funcional. Uma moto, armas, documentos e celulares foram apreendidos.

A Operação Stelio foi feita pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaego), do Ministério Publico do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). Pela Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança e pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas (Draco).

Dos sete mandados de prisão foram cumpridos seis. Contra Alexandre Mota de Assis; os policiais militares Marco Antônio Silva Carvalho e Thiago Barbosa Faria Vieira. Os policiais civis Ubirajara de Jesus Júnior (da DRF- Delegacia de Roubos e Furtos). Também Ricardo Gonçalves da Rocha (da 74ª Delegacia de Polícia); e o ex-policial civil Marcelo Tinoco de Carvalho.

Segundo a Secretaria de Segurança do Rio. O sétimo mandado de prisão é contra uma pessoa que está foragida. De acordo com a Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ), ainda durante a operação mais duas pessoas, que não tiveram os nomes divulgados, foram presas em flagrante. Porque estavam armadas e não tinham porte de armas.

A Secretaria de Segurança do Rio disse que os policiais militares permanecerão presos no Batalhão Especial Prisional (BEP), em Niterói. Os policiais civis na Polinter, unidade da corporação.

A Polícia Civil informou que os policiais civis Ubirajara de Jesus Júnior e Ricardo Gonçalves da Rocha foram indiciados. Pelos crimes de extorsão, roubo majorado (agravado por uso de arma). Falsidade ideológica, organização criminosa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional e coação no curso do processo.

Com eles foram apreendidos distintivos, armas, carregadores, R$ 10 mil e a escritura de um imóvel. O corregedor da PM coronel Welste Medeiros diz que será instaurado processo administrativo disciplinar. Conforme os resultados os PMs podem ser excluídos da corporação.

Denúncia

O Ministério Público disse que a ação teve como base a denúncia do Gaeco. Apresentada à 1ª Vara Criminal de Niterói, na região metropolitana do Rio, contra 13 pessoas. A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas iniciou as investigações para apurar como eram as ações do grupo.

A apuração indicou que havia uma organização criminosa formada por PMs e policiais civis. Outros criminosos que utilizava falsos mandados de busca e apreensão para vasculharem residências e exigirem dinheiro.

Na denúncia encaminhada à Justiça estão os detalhes de uma ação ocorrida no dia 13 de setembro deste ano, em Itaipu, em Niterói. Neste dia o morador foi abordado ao sair de casa. Ele sofreu ameaça e foi algemado. O grupo, conforme o Ministério Público, entrou na residência. Roubou um automóvel, 13 relógios, peças de roupas, acessórios, uma CPU de computador e dinheiro.

O morador teve ainda que informar, dias depois, o Certificado de Registro do Veículo (CRV) para a transferência da titularidade. Por este crime foram denunciados também Franklin de Souza Veloso Mattos, Thiago José de Marins, Matheus do Espírito Santo Marins e Alberto José de Marins, conhecido como Betinho.

De acordo com o Ministério Público, a investigação indicou também que a quadrilha preparava outros crimes de roubo e extorsão. E que o alvo seria o alto escalão do tráfico de drogas de São Gonçalo, também na região metropolitana.