Polêmica sobre pornografia infantil domina campanha no Canadá

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Publicado sábado, 19 de junho de 2004 as 16:44, por: CdB

O líder do partido Conservador do Canadá, Stephen Harper, apoiado por pesquisas que mostram queda do primeiro-ministro Paul Martin, do partido Liberal, reforçou seu ataque no sábado sobre o proposta de Martin em relação à pornografia infantil.

Com pouco mais de uma semana para as eleições de 28 de junho, a corrida continua acirrada. Mas os institutos de pesquisa prevêem que os conservadores ganhariam mais lugares devido à forma como os votos são distribuídos.

Em discurso durante o café da manhã na província de New Brunswick, Harper repetiu suas críticas à proposta de Martin para tornar mais rígidas as leis de pornografia infantil.

“A proposta de Paul Martin sobre a pornografia infantil é vergonhosa e somente outra razão pela qual seu governo deve ser derrotado em 28 de junho,” declarou Harper.

Harper ignorou um pedido feito por Martin para que ele pedisse desculpas por um comunicado divulgado por seu comitê de campanha, na sexta-feira, com o título “Paul Martin apóia a pornografia infantil?”

Rapidamente, os conservadores substituíram o título por outro menos explosivo e Harper concordou publicamente que ele havia sido muito forte. Mesmo assim, Martin exigia pedido de desculpas.

“Isso é pessoal. Sou pai e marido, e ele passou dos limites e deve se desculpar”, disse o primeiro-ministro, ao lado de sua esposa Sheila.
Harper, no entanto, reforçou suas críticas à proposta do partido Liberal enquanto tomava cuidado para não repetir o título do comunicado.

“Não há bem público para a pornografia infantil. Ponto”, disse ele no sábado.
Harper se referia aos esforços do governo para substituir o termo “mérito artístico” na lei antipornografia canadense por “bem público” para proteger a arte legítima.

De acordo com o governo de Martin, a alteração proposta tornaria a lei, pela qual o pedófilo John Robin Sharpe foi absolvido em 2002 após escrever histórias sobre sadomasoquismo com crianças, mais rígida.

Duas pesquisas divulgadas na noite de sexta-feira davam aos liberais 29 por cento, muito longe dos 40 por cento considerados mínimos para manter sua maioria no Parlamento. As pesquisas, uma das Ekos e outra da Ipsos-Reid, colocavam os conservadores com 31,4 por cento e 32 por cento, respectivamente.