Com o anúncio da 23ª vítima fatal da pneumonia viral também chamada de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em Hong Kong, na China, o número de mortos pela doença em todo o mundo já teria chegado a cem. O número, porém, ainda não foi confirmado oficialmente pela Organização Mundial da Saúde.
Nas últimas horas, mais duas pessoas teriam morrido na China, de acordo com a AFP, e duas em Cingapura, segundo a agência de notícias Reuters. O total de pessoas infectadas em todo o mundo pode chegar a 2,7 mil.
No Rio de Janeiro, a Vigilância Sanitária montou forte aparato de segurança para receber um passageiro italiano de um vôo da Air France procedente de Paris. Ele apresentava tosse seca, falta de ar e febre alta, que coincidem com os sintomas da SRAG.
Portugal tem primeiro caso
Em Portugal, segundo o jornal Diário de Notícias, foi confirmado nesta segunda-feira o primeiro caso da doença à Organização Mundial de Saúde (OMS). Trata-se de uma mulher que viajou para Hong Kong e estava internada em Lisboa há dez dias.
O homem internado no Rio, cujo nome ainda não foi divulgado, foi levado para o Hospital Universitário Clementino Fraga, na Ilha do Fundão, e ficará em observação para verificar se realmente se trata da nova pneumonia.
Todos os outros passageiros do vôo foram examinados por médicos, preencheram fichas de identificação e foram orientados a ficar em casa por 24 horas.
Se constatarem qualquer sintoma parecido com os da SRAG, eles deverão entrar em contato com as autoridades sanitárias.
Na Austrália, o governo ampliou os poderes dos seus agentes de saúde, autorizando-os a usar a força para deter qualquer pessoa que apresente sintomas.
A nova lei australiana também autoriza o fechamento de escolas, locais públicos e das fronteiras do país como medidas de proteção contra o vírus, que teria surgido no sul da China.
Os hospitais australianos tratam de cinco pessoas com sintomas semelhantes aos da doença respiratória. Entre eles, estão três irmãos que chegaram do Canadá há uma semana e estão em unidades de isolamento no sul de Melbourne.
OMS critica China
De acordo com a nova legislação da Austrália, a SRAG será tratada com a mesma seriedade que o cólera, raiva e varíola, cujos infectados podem ser isolados contra a sua vontade.
Malásia, Cingapura e Estados Unidos, entre outros países ao lado da Austrália, também já endureceram as suas legislações para evitar a proliferação da doença.
A diretora da OMS, Gro Harlem Brundtland, criticou a lentidão da China ao reportar os primeiros casos da nova pneumonia.
Brundtland também reclamou da falta de cooperação dos chineses com a comunidade internacional nos estágios iniciais da explosão da doença.
Ela afirmou que em seus cinco anos como diretora da OMS, essa foi a primeira vez que uma doença se espalhou internacionalmente dessa forma.
Países se mobilizam
– O ministro do Comércio e da Indústria do Butão estaria entre os primeiros contaminados a entrarem em quarentena depois da nova lei prevista para cidadãos do país que retornam do exterior.
– O governo da Malásia afirmou que não vai permitir a volta de seus cidadãos no país, caso eles apresentem sintomas da SRAG.
– O maior hospital de Cingapura começa a examinar visitantes depois de surgirem suspeitas de que 20 de suas enfermeiras e um médico teriam contraído o vírus.
– Nos Estados Unidos, o presidente George W. Bush baixou um decreto permitindo a quarentena forçada de pacientes com SRAG, caso as autoridades sanitárias o acharem necessário.
– O Paquistão afirma que vai pôr em quarentena qualquer pessoa dos países afetados que apresentar suspeita de estar com a doença.