PlayStation Portátil encanta comerciantes e consumidores

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Publicado terça-feira, 1 de junho de 2004 as 14:17, por: CdB

O planejado lançamendo da edição portátil do Playstation, popular console de jogos da Sony, é aguardado com ansiedade por fanáticos de jogos e vendedores japoneses, mas analistas têm se mostrado mais cautelosos quanto a um produto que a Sony Computer Entertainment Inc. anuncia ser tão revolucionário quanto o walkman.

No início deste mês, a gigante japonesa de eletrônicos lançou o PlayStation Portable (PSP) na Electronic Entertainment Expo, em Los Angeles, a maior feira de comércio de jogos do mundo, mas os fanáticos por jogos eletrônicos terão que esperar até o fim do ano para comprar o seu.

A novidade só estará disponível nos mercados europeu e americano no próximo ano.

O PSP é a arma da Sony na disputa por uma fatia dos 400 bilhões de ienes (3,5 bilhões de dólares) do mercado global para consoles de jogos portáteis, um segmento controlado em 95% pela série GameBoy, da Nintendo.

A Sony afirma que seu console portátil, com dimensões de 17 X 7,4 centímetros e pesando 260 gramas, será capaz de produzir qualidades gráfica e sonora iguais ao do popular PlayStation2.

“A tela parece muito grande e mostra imagens muito claras”, disse à AFP Kenji Saeki, jornalista especializado em tecnologia da revista GameWatch, que testou um protótipo do PSP em Los Angeles.

“Com o PSP, a Sony visa a atingir homens adultos com idades entre 18 e 35 anos, que tem renda de sobra, mas não muito tempo em casa para jogar com consoles domésticos. Acho que o produto é suficientemente atraente para o público-alvo”, disse Saeki.

A Sony ainda não anunciou o preço do produto para a venda no varejo, mas a mídia japonesa estima este valor entre 20 mil e 30 mil ienes (175 e 260 dólares).

“Este é o walkman do século 21”, disse Ken Kutaragi, presidente da Sony Computer Entertainment e vice-presidente da empresa ao apresentar o novo console, em Los Angeles.

“Temos como meta uma venda em todo o mundo de três milhões de unidades até o fim deste ano fiscal (até março de 2005)”, disse à AFP um porta-voz da empresa, em Tóquio.

Desde o lançamento em Los Angeles, a Sony tem sido cautelosa ao divulgar informações sobre o PSP e tem recusado os pedidos da imprensa para testá-lo. O porta-voz confirmou que a Sony não tem planos imediatos de demonstrar o produto para a imprensa japonesa.

Mas apesar do otimismo demonstrado pela Sony, analistas industriais são mais céticos sobre o apelo do novo console como um segundo walkman, lembrando que aquele foi um produto pioneiro, enquanto desta vez a Sony segue uma tendência iniciada pela Nintendo.

“Eu não acho que a Sony tenha ‘hard data’ (dados quantitativos) para sustentar a meta de vendas de três milhões de unidades”, disse Takashi Oka, analista da indústria de jogos da seguradora UFJ Tsubasa Securities.

“Há muitos jogos portáteis disponíveis, mas a Nintendo dominou totalmente o mercado. Seria muito difícil tirar uma grande fatia do mercado”, acrescentou Oka.

“E não há garantias de que a Sony realmente lançará o novo produto a tempo” para a próxima temporada de compras, no fim do ano, continuou.

Mitsuhiro Osawa, analista de eletrônicos na seguradora Mizuho Investors Securities, disse ser difícil imaginar que o PSP sozinho consiga impulsionar de forma substancial os lucros da Sony.

“A indústria do jogo é muito madura. Eu não acho que um único produto vá implementar significativamente a força e a receita da empresa”, acrescentou.

Mas para o comércio, o produto será um impulso extra na popular família Playstation, que capacitou a Sony a reverter o quadro do mercado dos consoles de jogos para uso doméstico de instável a rentável com o lançamento de sua primeira versão, em 1994.

Segundo dados da Sony, até hoje foram vendidas em todo mundo 170 milhões de unidades de todas as versões de PlayStation.

“A série PlayStation sempre vendeu bem. Eu acho que o novo console portátil também será um sucesso”, disse o geren