PF apura se Jefferson premeditou ato de violência contra policiais

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Publicado quarta-feira, 26 de outubro de 2022 as 15:41, por: CdB

A suspeita é a de que o ex-presidente do PTB, aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), montou o cenário após sua filha, na sexta-feira, divulgar nas redes sociais vídeo em que ele xinga a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia, usando termos como “prostitutas”, “arrombadas” e “vagabundas”.

Por Redação – do Rio de Janeiro

Fica cada vez mais próxima da realidade a tese de que o ex-deputado bolsonarista Roberto Jefferson (PTB) planejou cada passo dos acontecimentos que, no domingo, levaram à sua prisão após a tentativa de assassinato de quatro policiais federais. A perícia realizada nesta segunda-feira pela Polícia Federal (PF) aponta indícios de que a ação foi premeditada.

Cristiane Brasil
Cristiane Brasil, filha de Roberto Jefferson, distribuiu o vídeo em que ele ofende a ministra Cármen Lúcia

A suspeita é a de que o ex-presidente do PTB, aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), montou o cenário após sua filha Cristiane Brasil, na sexta-feira, divulgar nas redes sociais vídeo em que ele xinga a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia, usando termos como “prostitutas”, “arrombadas” e “vagabundas”.

O laudo da perícia, que deverá ser entregue nos próximos dias, tenta identificar se Jefferson fez o vídeo com a intenção de provocar sua prisão ou se a premeditação ocorreu após a repercussão do caso, nas redes sociais. Entre os elementos encontrados está um tripé usado na gravação de imagens e a fita adesiva utilizada nas granadas. A perícia também encontrou marcas de 60 tiros de fuzil. Em depoimento, o político citou mais de 50, além de três granadas.

Indiciado

Cumprindo prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, o ex-deputado voltou a ser preso na noite de domingo, após disparar os disparos de tiros e granadas contra policiais federais que foram à sua casa, em Levy Gasparian (RJ), cumprir ordem do ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele feriu dois policiais e foi indiciado sob suspeita de quatro tentativas de homicídio.

A decisão de prisão ocorreu porque o ex-deputado descumpriu medidas impostas pelo STF em uma ação penal em que ele é réu por sob acusação de calúnia, incitação ao crime de dano contra patrimônio público e homofobia. Ele estava proibido de dar entrevistas, receber visitas e usar redes sociais.

Em um primeiro momento, Bolsonaro criticou tanto a reação de Jefferson como as decisões do STF. Horas depois, após a repercussão do caso, passou a chamar o aliado de “bandido” e prestou solidariedade aos policiais feridos.

Prejuízo

Ainda por ordem do TSE, o PTB precisará devolver integralmente a verba paga ao ex-deputado, que presidiu o partido até ser afastado por ordem da Justiça no ano passado.

Decisão da corte em 2021 aponta que a sigla, sem apresentar documentação suficiente, pagou R$ 1,4 milhão em 2016 a dirigentes partidários por meio de recibos de pagamento autônomo, sem contrato ou ato administrativo relativo, sendo que R$ 192 mil foram pagos a Jefferson. Em valores corrigidos pela inflação, o montante chega a R$ 256 mil.

Naquele ano, Jefferson retornou à Presidência do partido, após um período afastado em decorrência do cumprimento de pena no processo do chamado ‘mensalão’.

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