Petrobras descobre nova região petrolífera no ES

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Publicado quarta-feira, 4 de junho de 2003 as 14:44, por: CdB

A Petrobras fez mais três descobertas de petróleo no sul do Espírito Santo, confirmando a existência de uma nova província petrolífera no Brasil.

As descobertas – anunciadas nesta quarta-feira e situadas nas vizinhanças dos campos de Jubarte e Cachalote, ao norte da Bacia de Campos – têm reservas estimadas de 500 milhões de barris de petróleo. Em maio, a Petrobras havia informado uma descoberta na mesma área com estimativas de reservas de 630 milhões de barris do produto.

– É um tamanho considerável, e é muito bom também porque vem dentro de um contexto de novas descobertas feitas em maio – disse o diretor-executivo de pesquisa e estratégia para o Brasil do UBS Warburg, Marcelo Mesquita.

As ações da estatal reagiram bem à notícia. Às 14h15, as preferenciais subiam 2,90% e as ordinárias, 2,99%. O Ibovespa registrava ganho de 1,66%.

Com as quatro novas descobertas, mais os campos de Jubarte e Cachalote, já em processo de desenvolvimento, as reservas na nova região atingem 2,1 bilhões de barris de petróleo, o que representa cerca de 20% do total de reservas confirmadas do país. O óleo, no entanto, é pesado e de difícil refino, com 18 graus na escala API.

De acordo com o gerente-executivo de exploração e produção da Petrobras, Francisco Nepomuceno Filho, presente no seminário Brasil Off-shore 2003, em Macaé, norte do Estado do Rio de Janeiro, a empresa está acelerando as perfurações em regiões que têm blocos com risco de serem devolvidos à Agência Nacional do Petróleo (ANP), para reduzir o número de devoluções.

Pelos termos do contrato de concessão assinado com a ANP em 1999, a Petrobras poderá ter que devolver 21 blocos petrolíferos que não tiverem descobertas até agosto.

O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrela, também presente ao seminário, confirmou que a Petrobras vai devolver as áreas onde não forem feitas descobertas, negando especulações do mercado de que a Petrobras iria rever o contrato de concessão com a ANP.

– Sim, nós vamos seguir a lei, mas tem que completar a avaliação nessas áreas. Esses blocos já têm muitas descobertas e agora temos que avaliar e apresentar a informação para não ter que devolver – disse Estrela.

Segundo Nepomuceno Filho, depois de agosto a empresa deve apropriar as descobertas já feitas e investir mais na exploração, com objetivo de aumentar a produção. Além disso, a Petrobras vai priorizar a prospecção de óleo mais leve, de melhor qualidade.

Ele informou ainda que a empresa está adaptando a plataforma P-34 para começar a produzir mais petróleo no campo de Jubarte, próximo às novas descobertas, onde hoje a produção é de 27 mil barris diários de petróleo. A expectativa é que a nova unidade atinja 60 mil barris diários de petróleo.

DESCOBERTAS ANIMAM LEILÃO

O diretor de Exploração e Produção acredita que as novas descobertas devem animar os investidores a participar da quinta rodada de licitações de áreas petrolíferas da ANP, prevista para agosto. Estrela confirmou que, como nos outros anos, a Petrobras terá uma forte participação no leilão.

– A Petrobras vai ser agressiva no leilão, porque tem ambição para trabalhar com bacias inteiras – disse o executivo.