Os deputados petistas de Minas Gerais não estão dispostos a atender o apelo do governo federal e aprovar todas as reformas enviadas pelo governador Aécio Neves no Estado. O apoio teria sido pedido por Aécio ao presidente, garantindo em contrapartida o apoio dos deputados federais mineiros do PSDB às reformas tributária e previdenciária.
– Não daremos o apoio às reformas do governador na íntegra, neste caso não há acordo – disse o líder da bancada do PT em Minas, deputado Rogério Correia.
Na manhã desta terça-feira ele e outros integrantes da bancada petista mineira se reuniram com o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, para explicar o posicionamento do grupo.
O PT rejeita 2 dos 16 pontos da reforma previdenciária e administrativa enviada por Aécio à Assembléia Legislativa de Minas. Um deles permite a contratação temporária de servidores, o outro possibilita a demissão de funcionários com base na avaliação de desempenho. “Esses pontos são inconstitucionais”, disse o deputado.
Nas últimas semanas, Dirceu tem viajado a vários Estados para convencer as bancadas locais a aprovarem as reformas dos governadores. O apoio do PT às reformas nos Estados seria uma espécie de contrapartida ao apoio que os governadores de partidos que não compõem a base aliada conseguiriam junto a seus parlamentares no Congresso.
– Não existe esse troca-troca, isso não procede… Nós nunca nos furtamos do diálogo com Aécio e estamos em Minas dando sustentabilidade às reforma do governo federal, mas não existe essa barganha. Lula pediu para que colaborássemos com as propostas (de Aécio), mas isso não quer dizer concordar com tudo – disse Correia.
Segundo os deputados, o ministro José Dirceu deu “total autonomia à bancada” e prometeu mandar avaliar a constitucionalidade das propostas do governador que os deputados petistas discordam.