Peru ainda não tem pistas de avião desaparecido na Amazônia

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Publicado sexta-feira, 10 de janeiro de 2003 as 13:37, por: CdB

As autoridades peruanas ainda não têm pistas do avião da companhia estatal TANS que desapareceu na manhã de quinta-feira quando sobrevoava a Amazônia com 46 pessoas a bordo.

Patrulhas do Exército e da Polícia esperam reiniciar, o mais cedo possível nesta sexta-feira, as buscas ao avião, suspensas na quinta-feira à noite por causa das chuvas pesadas na região.

A aeronave, um Fokker F28, decolou de Lima, fez escala na cidade de Chiclayo, ao norte da capital, e estava a cinco minutos do pouso em Chachapoyas quando o piloto perdeu contato com a torre de controle do aeroporto.

“O tempo complicou as buscas e o resgate”, declarou o vice-presidente do Peru, Raúl Diez Canseco. “Lamentamos muito esta situação e esperamos ter alguma informação nas próximas horas”.

“Até agora, a localização do aparelho é desconhecida”, concluiu.

O avião transportava quatro tripulantes e 42 passageiros, entre os quais oito crianças, um turista belga e uma portuguesa.

As buscas eram realizadas por terra, a 600 quilômetros de Lima, e por helicópteros da Força Aérea e do Exército.

A rota para Chachapoyas, que é operada apenas pela TANS, foi inaugurada em novembro passado com dois vôos semanais, a fim de facilitar a visita de turistas às ruínas arqueológicas de Kuelap, que datam dos séculos VII e VIII.

“Tínhamos a esperança de que a nave pudesse estar sobrevoando, mas, passadas as três horas de autonomia de vôo, pelo combustível que levava, a única esperança que temos é que tenha feito um pouso forçado”, declarou o chefe de relações públicas da TANS, Jorge Beleván.

O Fokker desaparecido, pertencente à Força Aérea do Peru, data do começo da década de 1970.

Em Lima, parentes de passageiros e tripulantes tentavam, desesperados, conseguir alguma informação no balcão da TANS no aeroporto internacional Jorge Chávez.

“Meu filho viajava sozinho para conhecer Chachapoyas”, contou Jorge Velásquez, pai do rapaz de 26 anos. “Agora, sinto uma angústia profunda para saber se ele está bem”.

Uma recepcionista da central telefônica da localidade de Luya, perto de Chachapoyas, disse que o avião teria caído em um lugar chamado Lonya Chico. As autoridades federais, porém, não confirmaram essa informação.

A TANS começou a operar em 1998 e mantém, atualmente, 11 rotas domésticas, com sete vôos diários feitos por três aviões.

O pior acidente aéreo na história do Peru aconteceu em 1996, quando um Boeing 737 da já extinta companhia Faucett caiu nos Andes, causando a morte de 117 passageiros e seis tripulantes.