Participação em governo Lula abre “guerra” dentro do PMDB

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Publicado domingo, 3 de novembro de 2002 as 23:00, por: CdB

A possibilidade de participar do futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu novamente uma “guerra” interna no PMDB, entre as alas governista (que controla 70% do partido) e oposicionista (30%).

Com o enfraquecimento dos governistas após as eleições, quando liderados pelo presidente do partido, Michel Temer, levaram o PMDB a apoiar a candidatura presidencial derrotada de José Serra (PSDB), o comando da legenda passa a ser alvo de disputas.

Lideranças oposicionistas defendem apoio integral da sigla ao governo Lula, como forma de se fortalecerem internamente.

Temer tem dito que aceita apoiar Lula no Congresso Nacional, mas não quer cargos nos ministérios, para afastar a imagem de fisiológico. As declarações são indicativos de que a adesão do PMDB pode ser viabilizada por meio do Legislativo.

A idéia dos peemedebistas é manter a presidência do Senado, atualmente com Ramez Tebet (MS). O PT já sinalizou com um apoio à tese do PMDB, mas o cargo também é motivo de disputa.

Preferido de Lula, o senador José Sarney (AP) larga na frente, mas terá de superar Renan Calheiros (AL) e Tebet dentro do PMDB para comandar o andamento dos trabalhos no Senado.

Governadores
Os governadores eleitos pelo PMDB em Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira, do Paraná, Roberto Requião, e do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, defenderam hoje um apoio do partido a Lula para não isolar o PMDB.

Os três divergem quanto a forma de adesão, já que apenas Requião quer participação com cargos no Executivo. No PT, a idéia é contar com os governadores para formar uma base de apoio nos Estados.

Na terça-feira (5), o PMDB irá se reunir para decidir qual posição adotará no futuro governo.